Matéria assinada pela jornalista Alessandra Saraiva, do Valor Econômico, divulga o relatório sobre o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), que revela uma alta de 0,2% em dezembro de 2024 em relação a novembro, alcançando 112,4 pontos.
Alessandra Saraiva usou como base os dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Ao longo do ano passado, o índice acumulou uma alta de 3,1% em comparação com 2023.
por André Moura, REDAÇÃO DO DIÁRIO
Segundo a análise do Valor Econômico, os três principais componentes que formam o Icec apresentaram resultados distintos em dezembro, mas, no comparativo anual, todos registraram crescimento:
- Condições atuais: +0,7% em dezembro e alta de 4,6% no acumulado anual.
- Expectativas: +0,3% no mês e avanço de 2,1% no ano.
- Intenções de investimento: queda de 0,2% em dezembro, mas aumento de 3,4% em 2024 em relação ao ano anterior.
De acordo com a CNC, a recuperação das condições atuais foi o principal fator que impulsionou o desempenho anual do índice, com um crescimento próximo de 5%. Esse avanço reflete a percepção de que o setor do comércio evoluiu ao longo de 2024, sustentado principalmente pelas vendas de fim de ano.
Datas Comemorativas e Consumo Impulsionam Confiança
Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, destacou que o último trimestre de 2024 teve um papel decisivo no resultado positivo, devido à concentração de datas importantes para o varejo. “As vendas de Black Friday e Natal influenciam diretamente o otimismo dos empresários, dada a relevância dessas campanhas para a performance do setor”, explicou ao Valor Econômico.
No entanto, Tavares pondera que, apesar dos índices positivos, os empresários continuam preocupados com os fatores macroeconômicos. A elevação das taxas de juros e o câmbio pressionado foram apontados como desafios relevantes para a estrutura de custos e financiamentos das operações.
Perspectivas para 2025: Otimismo Cauteloso
Mesmo com os números de 2024 trazendo sinais de recuperação, as projeções para 2025 seguem cautelosas. Segundo a CNC, a conjuntura econômica ainda apresenta incertezas, e os custos elevados podem frear investimentos no setor. “O ano de 2025 será desafiador para o varejo”, afirmou Tavares, apontando que a manutenção de um cenário de juros altos e flutuações cambiais pode limitar a capacidade de expansão do comércio.
Com a confiança do empresário flutuando conforme os fatores econômicos, o desempenho do varejo em 2025 dependerá, em grande parte, de um ambiente econômico mais estável e de estímulos que possam reforçar o consumo e os investimentos no setor.