Uma escala em Cuba pode se transformar numa das grandes atrações dos Cruzeiros Marítimos, especialmente para os turistas norte-americanos, depois de mais de 50 anos de isolamento da ilha. A notícia circulou durante o Cruise Shipping Miami, no mês passado, o encontro no qual se discute o amplo desenvolvimento de nossa indústria. Atualmente há apenas duas ou três paradas ali durante o ano, mas só para europeus. Com o fim do embargo, em 2016, a ilha passa a integrar definitivamente o mapa de nossos Cruzeiros.
Outra atração importante é a China, mercado que apresenta um grande crescimento. Cerca de dois milhões de pessoas devem desembarcar dos Cruzeiros nos portos chineses este ano, o que faz prever que aquele destino alcançará logo um dos primeiros lugares do ranking. O primeiro lugar ainda é dos Estados Unidos, com dez milhões de cruzeiristas / ano. A expectativa da CLIA é de que 23 milhões de turistas viajem em navios ao longo de 2015, número que deve ser elevado em 2016, com essas novas rotas.
Enfim, todos esses exemplos servem ao Brasil, que tem todas as condições para se desenvolver mais e ocupar um destaque além do sétimo do ranking que ocupa hoje. Atrações não nos falta, como uma natureza exuberante, com praias belíssimas e um povo acolhedor. Já estivemos em quinto e perdemos a posição porque outros países passaram a oferecer condições melhores do que as nossas para receber os navios.
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Há motivo para o otimismo. Afinal, o governo brasileiro tem escutado os pleitos do setor, que também servem para ampliar a chegada de turistas estrangeiros que visitam nosso País e deixam aqui suas divisas. E não há porta de entrada mais bonita e receptiva do que as belas cidades praianas brasileiras.
Entre as medidas em andamento, podemos citar o trabalho da comissão que estuda uma reformulação no preço da praticagem – hoje entre os mais altos do mundo. Além disso, fazemos reuniões de gestão para tornar os custos nos portos mais competitivos, pois outros países oferecem condições mais vantajosas.
Uma medida efetiva a favor dos Cruzeiros que está em discussão com a Receita Federal é a possibilidade de deslocar agentes para criar uma alfândega na cidade de Porto Belo, em Santa Catarina. Hoje, esse trâmite burocrático é feito em Santos ou Ilhabela, muito longe de destinos como Buenos Aires, Punta del Este e Montevidéo. Isso vai trazer riqueza aos itinerários e inserir Porto Belo como um destino consolidado, tanto para os brasileiros quanto para os estrangeiros.
As melhorias em Cabo Frio e Ubatuba, além do possível retorno de Florianópolis como destino dos Cruzeiros, também são fatores positivos que nos trazem ainda mais a crença de um bom desenvolvimento dos Cruzeiros Marítimos no Brasil.
Outras ações reforçam essa esperança, como as promoções em feiras do trade ou encontros, como o da Abracorp, pelo seu papel de liderança nesse nicho de mercado.
Para que um País amadureça em termos de Turismo, deve estar preparado para receber seus turistas por terra, ar e mar, e o Brasil tem tudo para aproveitar o que a natureza lhe deu. Tudo aponta para um futuro promissor em nossa rota, é o que esperamos e é bom navegar com boas notícias.
*Marco Ferraz
Presidente da CLIA Abremar Brasil