Desempenho da hotelaria no estado de São Paulo: ‘Não há o que comemorar”

Continua depois da publicidade

“Os dados apurados na pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – ABIH-SP, relativos ao desempenho alcançado no último mês de abril, merecem ser analisados com cautela”, afirma Roberto Gracioso, coordenador do estudo.

EDIÇÃO DO DIÁRIO com agências


Embora a taxa média de ocupação tenha registrado 20,44% no mês de abril de 2021 e indique crescimento, quando comparada aos pífios 7,31% registrado em abril de 2020 – a mais baixa média de ocupação da série histórica – em relação ao ano de 2019, pré-pandemia, representa queda real de ocupação correspondente a 70,06%.

Veja também as mais lidas do DT

“Abril de 2020 foi praticamente o primeiro ano das várias incertezas e dissabores sanitários e comerciais causados pela pandemia de COVID-19”, avalia Gracioso.

Gráfico 1: Comparativo taxa de ocupação acumulada e perdas do últimos três anos.

Além da receita advinda das diárias, a taxa média de ocupação pré-pandemia, apurada no mês de abril (69,53%) para a hotelaria no Estado de São Paulo incluía o faturamento decorrente de receitas com eventos, alimentos, bebidas e outros serviços prestados.

Agrava o cenário de dificuldades amargadas pelos meios de hospedagem o fato dos valores das diárias médias, referentes ao mês de abril de 2020, terem sido mantidas por conta de vendas realizadas em fevereiro e meados de março. Ou seja: antes da deflagração da pandemia, propriamente dita. Cabe lembrar que a OMS decretou a pandemia na segunda quinzena de março de 2020.

Roberto Gracioso, diretor da ABIH-SP e coordenador do estudo (Crédito: arquivo DT)

Mesmo com avalanche de cancelamentos, o valor da diária média remanescente em abril de 2020 mantinha patamar razoavelmente próximo ao ideal; tendo por referência lenta trajetória de recuperação observada nos anteriores. Por isso, a queda no valor da tarifa média apurada é de apenas 12,23%. “A tarifa média na hotelaria do estado de São Paulo é uma tendência observada desde o início da pandemia. As perdas reais acumuladas são 36,20%, na média”, destaca o coordenador da pesquisa.

Gráfico 2:Comparativo diária média acumulada e perdas do últimos três anos.

Outro indicador analisado, RevPar, segue exatamente a mesma tendência da diária média, só que exibe queda percentual ainda maior. Comparando Abril/20 com Abril/19 reduz 90,13% — “a maior perda histórica da hotelaria em atividade”, enfatiza o diretor da ABIH-SP.

Comparar RevPar de Abril/21, com o parâmetro realista do período pré-pandemia, de Abril/19, revela resultado também desastroso: queda de 79,87%. “Todos os indicadores corroboram na descrição da grave crise que o mercado hoteleiro atravessa”, conclui Ricardo Andres Roman Jr, presidente da ABIH-SP.

Gráfico 3: Comparativo RevPar acumulada e perdas do últimos três anos

 

“Não há o que comemorar. Os ganhos percentuais elevados, paradoxalmente, retratam perdas proporcionais. Como ensina o dito popular: ‘Um milhão vezes zero é zero’”, arremata Gracioso.

Publicidade

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Recentes

Publicidade

Mais do DT

Publicidade