Dia Internacional da Mulher: uma homenagem justa, mas ainda obscura

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Por Erica Drumond* –

Quem diria que conseguiríamos mostrar que o lugar da mulher não é apenas na cozinha, que a Amélia se superou e que tem lutado diariamente para conquistar o seu espaço em uma sociedade fundamentalmente patriarcal e machista. Ainda somos poucas nos cargos de liderança, ainda temos o salário desigual se comparado ao universo masculino e, sabe por que? Porque somos mulheres que perante essa sociedade tem diversas obrigações como cuidar da casa, da família e ainda, muitas vezes, tem que dar conta de colocar comida e de sustentar a casa, fazendo o papel de pai e mãe. Eis o grande pulo, a estratégia e o segredo do nosso sucesso, sermos multitarefa, administrando, por exemplo, o que muitos homens não dão conta (e aqui vamos falar em alto e bom tom, para que os mesmos possam imaginar do que somos capazes).

Que orgulho dos movimentos feministas, de ir para rua e mostrar que somos muito mais que um gênero, que somos mulheres que durante anos viveram a mercê do medo, do preconceito e que agora não tem mais o receio de vestir calças, de dar voz as atrocidades vivenciadas, de colocar a boca no mundo e de dizer a que viemos.  Certa vez me lembro de estar na capa de um veículo de comunicação onde o título era Não se atreva me chamar de madame, e é justamente isso que devemos deixar claro, se para um homem chegar ao cargo de liderança não é fácil, imagine para uma mulher o que significa sobreviver nesse universo e, nesse aspecto, não importa de onde viemos, nossas origens, o importante é ter competência e saber sobreviver.  O aqui quero destacar é a caminhada longa e árdua de milhares de brasileiras que criam seus filhos sozinhas, que lutam e conquistam um futuro inimaginável até mesmo para si própria. Ou seja, nada substitui a força do trabalho e podemos usar salto alto, decotes, batom, sendo ao mesmo tempo feminina e forte.

Nosso papel mudou completamente, assim como a sociedade, os valores, conceitos e pré-conceitos que surgem e ressurgem todos os dias, mas continuamos lutando pelo fim da desigualdade entre os gêneros. Ainda somos julgadas incapazes e inferiores aos homens para determinados cargos ou tarefas. Contudo, hoje temos mais independência e mais voz. A verdade é que com todas essas transformações foi preciso nos reinventarmos. Hoje, muitas escolhem não casar e ter filhos, muitas optam por serem bem-sucedidas no trabalho e outras conseguem dar conta da família e do trabalho.

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Devemos então aproveitar, o dia 08 de março, que marca a comemoração do Dia Internacional da Mulher para colocarmos em discussão assuntos que ainda estão obscuros a partir dessa realidade patriarcal e machista. Destacando que lutamos pela quebra de paradigmas, para combater todos os tipos de violência contra a mulher e para sobreviver com um mínimo de dignidade e reconhecimento nesse mundo cão. Sem nenhum demérito, sei que até aqui conquistamos muitas coisas, mas ainda não chegamos nem perto de uma sociedade que seja igualitária e justa. Temos um longo caminho pela frente e a única regra é que desistir jamais nos será permitido.

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