Este país alegre que se transformou a República Dominicana lembra com toda a certeza o Brasil em seus dias de milagres e mágicas econômicas, guardadas evidentemente as proporções territoriais.
por Paulo Atzingen*
O país caribenho vive um boom de crescimento econômico com grandes e consistentes investimentos no turismo, em especial na hotelaria. Hoje, segundo fontes do Ministério do Turismo, a atividade responde por 12% do Produto Interno Bruto do País (PIB).
Não é pouco. A partir da década de 70 – ou seja a quase 50 anos – o turismo começou a ser levado a sério no país. Naquela época o governo percebeu que produzir apenas banana e minério seria ir na contra-mão do futuro e permaneceriam no bloco do terceiro mundo. O que fizeram? Abriram uma série de linhas de isenção para o investimento estrangeiro. E não faltaram interessados, principalmente os grupos hoteleiros espanhóis endinheirados.
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Concessões e isenções
Segundo René Contreras, representante do Ministério do Turismo da República Dominicana no Brasil, tudo começou em Puerto Plata a partir de concessões de uso e isenções de impostos, e outras facilidades como, por exemplo, terrenos oferecidos a preço irrisórios.
A isenção fiscal que é garantida por uma lei de incentivo turístico é oferecida por meio do Confotur (Conselho de Fomento do Turismo – com tradução literal) , o que atraiu e continua atraindo empresas multinacionais para o país.
Ocupação média
Beneficiados por uma temperatura estável em torno de 28º com máximas de até 33º, o país não possui baixa estação e o problema de sazonalidade hoteleira não existe. “Temos uma média de ocupação anual em torno de 78% a 82%”, afirma Sheyly Viuque, diretora executiva da Asonahores – Associação Nacional de hoteis e turismo da República Dominicana.
Sustentabilidade e inclusão
A seriedade que os dominicanos levam o turismo pode ser constatada no lançamento de mais um resort esta semana em Punta Cana, o Circle by Meliá at Paradisus Palma Real, com investimento na ordem dos 100 milhões de dólares. Conscientes da importância do empreendimento em termos de geração de divisas, trabalho e renda, o hotel foi concebido com princípios de redução das emissões de dióxico de carbono e com a proposta de ser um hotel inclusivo, responsável com o meio ambiente e integrado aos membros da comunidade local.
Evidentemente, que os US$ 350 dólares pagos a uma camareira (acrescidos de gorjeta) é ainda motivo de embates entre a classe trabalhadora e os empregadores. Mas aqui não é o paraíso, embora pareça, e isto poderá ser resolvido com negociações entre as classes.
O turismo aqui é fundamental para a vida dos dominicanos. Essa indústria tem impactado em todos os segmentos da população e as profissões são executadas com alto grau de profissionalismo. As camareiras, os garçons e os recepcionistas falam duas ou três línguas além do espanhol. As pessoas que trabalham nas áreas de hospitalidade e recreação são afáveis, amáveis e simpáticas. Mas ninguém brinca. A coisa é tão séria que o próprio presidente da República, Danilo Medina Sánchez, participou da inauguração do Circle by Meliá.
*O jornalista Paulo Atzingen viajou convidado pela Associação de Hotéis e Turismo da República Dominicana (Asonahores) e seguro GTA