Ao ouvir isso estes depoimentos, veio-me a memória o quanto muitos chefes de departamento ainda sonham com a revolução bolchevique…
por Eduardo Mielke*
Porque não estamos nem perto da lista das das 50 melhores escolas do mundo? Pois esta semana, tive o privilégio de participar de uma mesa redonda com representantes das escolas que ocupam as posições de número 2 e 3 daquela lista.
E, ouvindo ao mesmo tempo que aprendendo, pude notar algumas características em comum que nos servem de lição.
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É notório como ambas estão organizadas ao mercado. Todo o corpo docente é orientado e encorajado a trazer as empresas turísticas para “dentro” da instituição. Há um entendimento claro, de que é através dos projetos de pesquisa e extensão, que se faz o ensino do dia-a-dia. Além de aumentar abruptamente o nível das aulas, os alunos são constantemente colocados a prova. Resolvem situações que muitos de nós só nos deparamos com elas, uma vez formados. E todo este ambiente faz com que paire no ar, aquela frutífera preocupação: “Como a Escola poderia agregar valor àqueles negócios com informações úteis e com base científica?”
Ao ouvir isso estes depoimentos, veio-me a memória o quanto muitos chefes de departamento ainda sonham com a revolução bolchevique…
Estas escolas não vendem um diploma ou um emprego, mas sim ideal de prosperidade ao longo dos próximos 30-40 anos da vida laboral dos seus alunos.
Mesmo que a Ecole hôtelière de Lausanne (Suíça) direcione seus esforços na formação operacional dos alunos, conta com um centro de pesquisas que justamente desenvolve, dentre outras funções, análises conjunturais de mercado e estudos sobre seus ex-alunos. Eles não se contentam em saber para quem trabalham, mas sim o tempo que estão lá e se o que aprenderam nos tempos de sala de aula, ainda está em vigor. Assim, mantém o foco sobre o Currículo e conteúdos das disciplinas. No outro lado, a Escola de Hotelaria e Gestão do Turismo da Universidade Politécnica de Hong Kong que mantém um hotel-escola com taxa média de ocupação em constantes 90%, mapeia 5 e 10 anos para trás a carreira dos seus egressos. Olhando para o passado, conseguem construir sua reputação do agora hoje e do futuro, logrando se antecipar até mesmo na ingrata corrida com as inovações tecnológicas.
Estas escolas não vendem um diploma ou um emprego, mas sim ideal de prosperidade ao longo dos próximos 30-40 anos da vida laboral dos seus alunos. Em outras palavras, vendem carreiras. Trazer o mercado para dentro da escola é um processo que todos ganham. No caso das empresas, elas passam a contar com suporte mais técnico de um corpo docente preparado, e que dificilmente poderia ter como arcar. Ganha a Escola, por estar em sintonia com o que acontece fora dos seus muros, ao mesmo tempo que vende serviços de consultoria em prol da comunidade, ganhando respeito e notoriedade. Lembre-se que ninguém, nem você, trabalha de graça. Tudo isso no final das contas traduz-se em reputação, que em outras palavras, garante a sustentabilidade da instituição em todos os níveis.
Quem ganha mesmo são os alunos, os principais beneficiários. Eles passam a conviver com o real, tendo que a todo momento buscar inovações que instiga a criatividade de cada um, bem como a capacidade de trabalhar em grupo, liderança e todos os outros atributos que se espera de um bom empreendedor. E o mais importante, desenvolvem aquela obsessão pelo atendimento os hóspedes com excelência.
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*Para quem não me conhece, meu nome é Eduardo Mielke. Meu trabalho é auxiliar Governos na busca por processos cooperativos que resultem numa melhor articulação entre ele, Terceiro Setor e o Empresariado. O resultado e o que importa mesmo, é a geração de emprego e renda local. O resto é conversa fiada.
Palestras? Escreva para eduardomielke@yahoo.com.br