(Reuters) –
Os Estados Unidos deixaram as negociações sobre um pacto voluntário para lidar com a imigração, porque a abordagem global sobre o tema “simplesmente não era compatível com a soberania norte-americana”, disse a embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas (ONU)
Em comunicado divulgado no final do sábado (2), a missão norte-americana na ONU disse que o presidente dos EUA, Donald Trump, tomou a decisão.
“Nenhum país fez mais que os EUA e nossa generosidade continuará”, disse Haley, cujos pais são imigrantes indianos. “Mas nossas decisões sobre políticas de imigração devem ser sempre tomadas por norte-americanos e apenas norte-americanos.”
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“Nós decidiremos qual a melhor maneira de controlar nossas fronteiras e quem poderá entrar em nosso país”, disse ela.
Decisões e contradições
Durante a campanha eleitoral no ano passado, Trump prometeu deportar grandes números de imigrantes e construir um muro na fronteira dos EUA com o México para ajudar a combater a imigração ilegal e o crime nos Estados Unidos. Desde que assumiu em janeiro, ele também proibiu a entrada de cidadãos de certos países muçulmanos nos EUA.
Com um recorde de 21,3 milhões de refugiados globalmente, os 193 membros da Assembleia-Geral da ONU adotaram uma declaração política no ano passado, na qual eles também concordaram em passar dois anos negociando o pacto sobre imigração segura, ordenada e regular.
O governo do ex-presidente dos EUA Barack Obama apoiou a resolução, conhecida como Declaração de Nova York, que também pedia que o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, Zeid Ra‘ad al-Hussein, propusesse um pacto global sobre refugiados, com adoção em 2018.
“A abordagem global da Declaração de Nova York simplesmente não é compatível com a soberania dos EUA”, disse Haley.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse lamentar a decisão dos EUA, disse seu porta-voz neste domingo, mas expressou esperança de que os Estados Unidos possam retomar as negociações.