Indicação enriquece o destino turístico do Marajó, conhecido por seus campos alagados, grandes fazendas e búfalos
A semana não poderia ter sido melhor para os produtores de leite e queijo da ilha do Marajó, no Pará. Na terça-feira (23), o queijo do Marajó conquistou a Indicação Geográfica (IG), reconhecido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A publicação na Revista de Propriedade Industrial concede ao produto, genuinamente marajoara e paraense, a indicação de procedência, uma grande vitória dos produtores e do Estado do Pará.
REDAÇÃO DO DIÁRIO (Paulo Atzingen)
A Indicação Geográfica (IG) é a única propriedade industrial coletiva, benefício que se estende a todos os produtores de queijo de leite de búfala, respeitados os padrões que classificam o Queijo do Marajó, situados nos municípios de Cachoeira do Arari, Chaves, Muaná, Ponta de Pedras, Salvaterra, Santa Cruz do Arari e Soure. Locais que integram o Arquipélago do Marajó. A partir de agora, só pode ser chamado de Queijo do Marajó, a iguaria produzida nessas localidades.
Essa indicação enriquece o destino turístico do Marajó, conhecido por seus campos alagados, grandes fazendas e búfalos
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O DIÁRIO conversou com Gabriela Gouvêa, Responsável Técnica da Fazenda Mironga e Presidente da Associação de Produtores de Leite e Queijo do Marajó (APLQMARAJO).
Segundo ela, essa indicação foi um longo processo de aprimoramento e construção da marca. “Passamos por grandes marcos na trajetória do queijo do Marajó. Desde a introdução do búfalo na produção, o uso da desnatadeira até o seu reconhecimento, em 2011 com a Lei de Lei de Produtos Artesanais, e em 2013 com a certificação do Queijo do Marajó”, explica Gabriela.
Um sonho se materializando!
“Sempre acreditamos que a Indicação Geográfica possa ser um instrumento de desenvolvimento local. Com a segurança jurídica do saber, a valorização do mestre queijeiro e principiante a preservação da arte. É um sonho se materializando”, completa Gabriela.
A fazenda Mironga produz em média 40 kg de queijo por dia e sua venda é feita praticamente toda na fazenda. “Temos um pegue-pague e vendemos o queijo como um souvenir diretamente aos nossos visitantes”, avisa a técnica.
A associação que Gabriela preside integra 12 queijarias nos municípios de Soure, Cachoeira do Arari, Salvaterra, Muana e Ponta de Pedras.
Novos Mercados se abrem
A engenheira agrônoma Marcia Tagore, que coordena o Fórum Estadual de Indicações Geográficas no Pará, também falou ao DIÁRIO.
“A Indicação Geográfica tem um papel importante que vai além da questão de mercado, que é dar visibilidade e reconhecimento do saber fazer diferenciado. É o valor do tradicional, do conhecimento passado de gerações. Claro, que novos mercados se abrem, pois o consumidor está atento e mais exigente e quer um produto que tenha história, que tenha um diferencial. ainda que o mundo esteja globalizado, as portas se abrem para o nicho de mercado interessado em produtos únicos, singulares,” enumera Márcia.
“O Marajó já é uma região conhecida pelo seu apelo turístico e a IG complementa esse potencial. O turismo gastronômico das ilhas é muito forte, principalmente com o queijo do Marajó. O Marajó tem muitas fazendas, mas nem todas produzem queijo. As “queijarias” com maior destaque são: São Vitor, Mironga, Laticínio Leal, Queijaria três irmãos, entre outras.
Segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará – ADEPARÁ o arquipélago do Marajó possui 1.315 propriedades que criam só bubalinos, somadas a outras 455 propriedades que criam bubalinos e bovinos juntos.
“Acreditamos que a IG possa ser um instrumento que ajude na promoção do desenvolvimento sustentável desse território riquíssimo!”
Serviço:
Fazenda Mironga
Rod Soure Pesqueiro s/n km06
Telefone 91 982670202
fazenda.mironga@hotmail.com
@queijodomarajomironga (insta)
Mironga Marajó