Heloísa Braga: Mulheres que escrevem o turismo do Brasil

Continua depois da publicidade
A soteropolitana Heloísa Braga conheci em um congresso de jornalistas em Salvador. Ela era a mestre de cerimônias e tomava conta do palco sequestrando a atenção do público quando começava suas frases bem marcadas, claras, timbre bem tonado e com a segurança característica de quem entendia do assunto de falar ao público. Mas mais que mestre de cerimônia, nesse mesmo evento vi Heloísa entrevistando personalidades do congresso, escrevendo em seu notebook, falando ao telefone. A impressão que tive é que ela era múltipla, hiperativa, transdisciplinar. E era.
por Paulo Atzingen*

Descobri depois que Heloísa Braga tinha uma trajetória espetacular no jornalismo e muitos anos dessa trajetória dedicados ao setor de turismo. Seja em jornais impressos, rádio ou televisão, Heloísa Braga é uma Mulher que Escreve o Turismo do Brasil. Confira a entrevista abaixo e conheça um pouco mais dessa brilhante profissional.

DIÁRIO – Por que você escolheu jornalismo?

Minha decisão em fazer jornalismo foi movida inicialmente pela minha predileção pelo português em detrimento a matemática mas também por um teste vocacional que fiz na conclusão do 2º grau que apontou o jornalismo como primeira opção.

Heloísa, em um momento relax

DIÁRIO – Nos fale sobre sua experiência profissional, pessoas e jornais que lhe inspiraram…

Veja também as mais lidas do DT

Minha trajetória profissional começou efetivamente há 30 anos, mas logo no primeiro semestre da Faculdade de Comunicação da Ufba fui “foca” no Diários Associados tendo como editor chefe Geová de Carvalho, que despertou definitivamente em mim a paixão pela prática jornalística. Ainda na Faculdade fui contratada pelo jornal Correio da Bahia recém inaugurado , onde era responsável por um tabloide sobre esporte amador. Já formada, trabalhei por uma temporada na editoria de artes do Jornal do Brasil no Rio de Janeiro com Leo Cristiano, mas voltei para Bahia convidada pela TV Bandeirantes para ser produtora do programa Bola Sete, um programa esportivo apresentado pelo radialista Juarez de Oliveira que me desafiou a ser a primeira mulher no Brasil radialista esportiva.
Projetamos e iniciamos na rádio FM Bandeirantes um programa diário sobre esportes , Show do Meio , onde eu era a jornalista setorista do Esporte Clube Bahia. Em 86 fui cobrir a participação da Seleção Brasileira na Copa do Mundo no México , lá conheci meu marido, Marcelo Poletto, coordenador dos guias da agência e operadora Stella Barros na Copa do Mundo e que morava nos Estados Unidos trabalhando com turismo.

Heloísa e o marido, Marcelo Poletto

Marcelo veio para Bahia , nos casamos , foi contratado como gerente do Hotel 4 Rodas, que na época permitia que esposa e filhos ficassem no hotel enquanto o gerente estivesse de plantão, e assim, já com filhos e como esposa de gerente em plantão do hotel 4 Rodas em Salvador, conversando com profissionais de diversos segmentos de turismo que circulavam pelo hotel, despertei para enorme força da cadeia econômica que o turismo movimentava.

Na época trabalhava como copydesk do Jornal A Tarde e fiz um projeto para um programa de televisão sobre turismo e apresentei a TV Bandeirantes da Bahia. O projeto foi aceito e nasceu o Primeira Classe, programa diário sobre turismo com 1 hora de duração onde entrevistava profissionais do turismo e da cultura em Salvador. Montei a Casa de Comunicação com um estúdio particular de TV e rádio para trabalhar o turismo. Surgiu meu primeiro programa de rádio especializado em turismo, Sala VIP, também na Band.

De lá para cá foram 26 anos de televisão girando por todo o mundo reportando destinos.
O Primeira Classe se transformou no Programa Passaporte e o programa especializado em rádio voltou com um convite da radialista Dina Rachid para uma participação semanal em seu programa sobre gastronomia na Rádio Metrópole.

Veja o álbum

Essa participação semanal com Dina Rachid evoluiu para um programa diário, Metrópole Turismo, cujo projeto idealizei, comercializei e apresentei por 5 anos com veiculação apenas em Salvador e região metropolitana quando recebi e acetei o convite da Rede Excelsior de Comunicação para produzir e apresentar para toda Bahia e Sergipe o Excelsior Turismo que já completa 5 anos com veiculação de segunda a sexta-feira às 11h, atingindo 98% dos estados da Bahia, Sergipe e para algumas cidades em Pernambuco.

DIÁRIO – Imagino que você goste de Jorge Amado, mas nos revele quais os autores que auxiliaram na construção da mente e do coração de Heloisa Braga…

Leio tudo e todos. Sou leitora compulsiva e não me atenho apenas as publicações específicas sobre turismo. De Jorge Amado li quase todas suas publicações, de Zélia também, e hoje me debruço sobre A Organização, livro da Malu Gaspar , que indico para quem tem a curiosidade de entender um pouco sobre os bastidores da relação política /iniciativa privada neste nosso Brasil.

Heloísa e seus três filhos: Kim, Liz e Ísis

DIÁRIO – Para você, qual é a aura, o mistério, a dor e a delícia do Rádio? 

O rádio é minha paixão. Televisão eu amo mas a edição corta a mágica que a espontaneidade e a verdade do rádio traz. Mesmo com toda comunicação digital, a comunicação radiofônica tem sido cada vez mais forte e importante para um Brasil com a dimensão territorial e aspectos sociais que possui.

DIÁRIO – Destaque aqui, duas ou três reportagens suas que você colocaria no seu panteon…

Das matérias que fiz, sobre os destinos que reportei e reporto, sobre as entrevistas que faço, todas me marcam, me ensinam, me ajudam a crescer como indivíduo e como profissional. Não sei listá-las em importância…

Bento, um de seus amigos em Itacimirim

DIÁRIO – Vi uns quindins em seu facebook e o seu amigo Bento. Onde e quando a cozinha te toca e os bichos mudam sua perspectiva?

Hoje, além de radialista com um programa diário sobre turismo, ajudo a pilotar os fogões do Alecrim, restaurante meu e de minha família em Itacimirim, Camaçari, onde tenho meus cachorros, minha horta, meu estúdio onde também pinto, entalho madeiras, costuro e vivo, falando, comunicando, pensando e fazendo arte.

Ter tempo para fazer um bolo tem um valor enorme, e quando junto ao tempo a paciência e o prazer se instalam, um simples bolo pode virar arte gastronômica. Hoje um cliente do Alecrim queria um bolo para comemorar o aniversário de seu pai, entrei na cozinha e coloquei todo carinho nas mãos. Tenho absoluta certeza de que além de um bolo gostoso minha produção está carregada de ótimas energias!” (Texto de Heloísa,extraído do Facebook)

*Paulo Atzingen é jornalista

Publicidade

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Recentes

Publicidade

Mais do DT

Publicidade