ROMA, 12 de julho (Reuters) – Após 18 meses de pandemia, a Itália se divertiu no paraíso do futebol nesta segunda-feira (12), depois que sua seleção trouxe de volta a Eurocopa pela primeira vez desde 1968, após a vitória sobre a Inglaterra em Londres.
Liderados pelo técnico Roberto Mancini, os jogadores pousaram em Roma logo após o amanhecer para encontrar muitos torcedores ainda festejavam no frio da madrugada, com o cheiro de fogos de artifício pairando nas ruas e bandeiras batendo nas janelas dos carros.
“Nós realmente precisávamos nos reunir novamente, para comemorar, para sermos felizes, para ter um momento compartilhado. Nós realmente precisávamos disso”, disse Sara Giudice, moradora de Roma.
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A Itália foi o primeiro país ocidental a ser atacado pelo coronavírus no ano passado e registrou 127.775 mortes até agora, mais do que qualquer país europeu exceto a Grã-Bretanha.
“Você estava diante de nossos olhos. Você estava em nossos corações. A dor daqueles que sofreram. As dificuldades daqueles que ficaram de joelhos pela pandemia”, escreveu o veterano capitão Giorgio Chiellini no Twitter.
O time é conhecido simplesmente como Azzurri, a cor do azul profundo do céu que paira sobre a Itália durante todo o verão, unindo o país tanto quanto a paixão compartilhada pelo futebol.
“O futebol não é uma metáfora da vida, nem da política, mas a seleção sempre acaba se parecendo com a nação que representa. No mês passado, a seleção de Mancini nos lembrou que afinal ser italiano não é tão ruim”, disse o jornal Corriere della Sera.
Uma banda de música desfilou pelas ruas da ilha de Lampedusa, no sul, os fãs remaram pelos canais de Veneza e uma procissão de carros buzinando passou pela mesma rua na cidade de Bergamo, onde no ano passado caminhões do exército fizeram fila para recolher os caixões de Vítimas de COVID.
Os aplausos chegaram de todos os lados, de políticos a padres, esperando que o sucesso no campo de futebol fosse uma mensagem mais ampla para um país que registrou sua pior recessão no ano passado desde a Segunda Guerra Mundial e agora está em busca de redenção.
“Por trás desta equipe está um país inteiro que nunca desiste, que nunca desiste, que sempre encontra uma nova energia para expressar coragem”, escreveu a associação de bispos católicos da Itália.
A federação de agricultores Coldiretti esperava que a economia recebesse um impulso semelhante ao de 2006, quando os azzurri venceram a Copa do Mundo. Na ocasião, as exportações aumentaram 10% no ano seguinte, enquanto 3,5% a mais de turistas visitaram o país com a marca nacional recebendo um impulso global, disse Coldiretti em comunicado.
“Se esta (vitória) permanecer uma bela memória em um momento sombrio ou se, em vez disso, se tornar um símbolo de renascimento, depende apenas de nós”, escreveu o Corriere della Sera.