Em um encontro realizado pelo Movimento Supera Turismo nesta terça-feira (1º) cinco executivos, líderes em suas atividades na economia do turismo, falaram sobre suas experiências pessoais e de suas empresas durante esses 15 meses de pandemia. O encontro virtual serviu para marcar o primeiro ano do movimento.
REDAÇÃO DO DIÁRIO
Os conselheiros de mercado do Movimento, Chieko Aoki (CEO da rede Blue Tree), Estela Farina (diretora da Norwegian Cruise Line), Jerome Cadier (Ceo da Latam Brasil), Paulo Kakinoff (Ceo da Gol Linhas Aéreas) e Renato Franklin (Ceo da Movida) após fazerem uma análise do período e apresentarem suas perspectivas para o setor, responderam a perguntas de jornalistas previamente convidados. O DIÁRIO participou.
A pergunta central era: Quais são as principais mudanças que você identifica no mercado de viagens e turismo no cenário de retomada relacionada a sua empresa? Quais os principais desafios a serem superados? Confira abaixo alguns trechos destacados pelo DT
Chieko Aoki – ‘Mais humanidade’
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“Muitas coisas ruins aconteceram, mas o melhor foi esse tipo de associação no setor, como o Movimento Supera Turismo. A primeira coisa é que nós do turismo construímos muros e quintais em nossos negócios. Com a pandemia, nos unimos mais, e vimos o turismo como um todo, percebendo a nossa força.
Mas a segunda coisa importante é que esse movimento nos ajudou a descobrir o Brasil. Aprendemos também a ser mais versáteis na hotelaria. Aprendemos a ter leveza. Não precisa ser hotel de lazer para entreter as pessoas, o hotel pode ser corporativo e ser leve. Observamos e vivenciamos mais humanidade, mais conhecimento sobre as pessoas. A gente tem que ter tempo para essas coisas.
Paulo Kakinof CEO da GOL – “Conselheiro aprendiz”
“Me colocaram como conselheiro, mas tenho sido um aprendiz. Esse período tem nos oferecido uma oportunidade única, muito aprendizado e algum legado. O melhor é o conhecimento do Brasil. Nunca tantas pessoas viajaram para tantos destinos inéditos no Brasil. Talvez não aconteceria em um curto prazo e sem essas circunstâncias da pandemia. Nosso setor – na viagens à lazer – cresceu a níveis superiores do período pré-covid.
O turismo de lazer se recuperará antes que o de negócios e para a retomada total levará algum tempo. Provavelmente uma parte não retornará e estimo que 1/3 das viagens corporativas. Mas o lazer tem tudo para, a meu ver, compensar as perdas.
Estela Farina – diretora da Norwegian Cruise Line: “Experiência a bordo sem impactos”
Os cruzeiros ficaram muito tempo, lá atrás, no início a pandemia, em uma vitrine com uma imagem negativa. E todo esse tempo trabalhamos para trazer os protocolos, com embasamento científico, trazer toda essa confiança para o embarque. Os cruzeiristas sempre tiveram consciência da segurança e da higiene a bordo dos navios. A preocupação principal foi fazer com que esse cliente se sinta protegido, como em uma bolha, quando estiver a bordo.
A Norwegian Cruise Line confirma a volta de 37 navios que começam a navegar em julho. A experiência a bordo não está sendo impactada. Temos depoimentos de pessoas que já estiveram a bordo, e mesmo com algumas adaptações as avaliações são as mais positivas.
Renato Franklin – CEO Movida rent a Car – “Relevância na matriz de mobilidade
Percebemos uma grande tendência do bleisure (mix de trabalho lazer) e a pandemia acelerou essa mudança de hábito. Estamos tendo muito mais liberdade, flexibilidade, isso aumenta nosso potencial de turismo. A mudança em nosso setor é que antes (grande parte) das locações eram feitas próximos a feriados ou em fim de ano. Hoje se aluga carros em todos os períodos. Com isso, temos o espaço para maximizar uma cadeia de emprego em todas as épocas. Outra vantagem, as restrições internacionais obrigaram as pessoas a conhecer o próprio país. No nosso negócio o carro ganhou prioridade, ganhou relevância, na matriz de mobilidade brasileira e com isso podemos potencializar o setor ainda mais misturando o corporativo com o lazer.
Jeróme Cadier – Ceo da Latam Brasil: “Ciclos mais curtos
O grande benefício foi o aprendizado e as mudanças. Destaco duas coisas: a aviação sempre teve ciclos de planejamento muito longos. Esse ciclo encurtou violentamente com a pandemia. Antes planejávamos a compra de novas aeronaves com muita antecedência, novos destinos muito antes. Hoje precisamos encurtar o ciclo de planejamento. Antes planejávamos em 12 meses, agora, 15 dias. As empresas precisam se adaptar a isso. A segunda mudança foi a oferta de tarifas mais baixas, pois o passageiro está em busca disso. Então são essas duas grandes mudanças, ciclos mais curtos para o planejamento e oferta de tarifas mais flexíveis para estimular mais gente a viajar.
Bom dia Paulo. Assisti a este evento, mas não fiz matéria. Parabéns pela perfeita cobertura. Acompanho e aprendo com suas vivências.
Obrigado Edgony. vamos aprendendo juntos. abraços querida!