Mais tecnologia, mais riscos: o que o futuro da segurança dos sistemas financeiros reserva

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Falar em tecnologia implica, de forma ampla, na aplicação de um sistema avançado de alta precisão, capaz de oferecer resultados que superam sua versão anterior. Partindo desse princípio, a tecnologia pode estar em qualquer lugar, mesmo que em diferentes níveis.

Maria Cristina Diez*


Uma escola adaptada à inclusão digital tende a oferecer metodologias de ensino mais eficientes do que aquelas que utilizam apenas livros e os velhos lápis e caderno. Os carros modernos têm alta performance graças à tecnologia dos motores, aliada a boa parte do processo robotizado. Os aparelhos celulares subiram de geração a partir de funcionalidades viabilizadas por revoluções na informática e nas telecomunicações.

Em suma, evolução consiste em ajustes e melhorias de um sistema ora em vigor. No entanto, por outro prisma, uma inovação tecnológica é a porta de entrada para novos problemas. Nos casos acima, vemos crianças que apresentam maior dificuldade de coordenação motora para a escrita; carros com sistema de segurança interno incompatível com a velocidade máxima alcançada; celulares com necessidade cada vez maior de armazenamento de dados. Tudo isso requer uma inteligência que supere a limitação da nova tecnologia, tornando-a mais ajustada ao seu uso.

A mesma regra serve para o sistema financeiro. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), das 78,9 bilhões de transações financeiras realizadas no Brasil em 2018, 40% foram através do celular. Isto é um indício de que há, claramente, um processo evolutivo que começou com a profusão dos apps de acesso remoto aos dados bancários, exigindo investimentos pesados em sistemas de automação de segurança. Não por acaso, as instituições bancárias injetam R$ 2,5 bi ao ano no mercado de TI.

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Em artigo publicado recentemente, Mark Thomas, chefe global de inteligência de ameaças da NTT Ltd., uma das gigantes mundiais de serviços de tecnologia, chama a atenção exatamente para o embate incessante entre os desenvolvedores de sistemas de segurança por Inteligência Artificial (IA) e os atores de ameaças, que também vêm inovando nas técnicas de aprendizado de máquinas para ataques bem-sucedidos aos sistemas inteligentes. Ele cita o Relatório de Inteligência de Ameaças Globais de 2021, elaborado pela própria companhia, que revela que as três indústrias mais visadas pelos ataques cibernéticos são as finanças, a saúde e a manufatura.

“As técnicas de envenenamento de dados podem ser usadas para fazer com que arquivos legítimos sejam tratados como maliciosos, causando problemas de produtividade nos negócios. Este jogo constante de gato e rato entre atacantes e defensores é, em última análise, uma corrida de armamento da tecnologia”, avalia Mark Thomas, neste mesmo artigo.

No caso das instituições financeiras, há uma forte tendência de crescimento e expansão dos sistemas, mas sob um acompanhamento rigoroso de tecnologia de segurança amparado no onboarding digital, um dos aparatos da TI que controla o fluxo de usuários por meio de automação dos cadastros. Uma das formas de fortalecimento das tecnologias aplicadas tem sido o cruzamento de dados entre diferentes fontes, inclusive governamentais, para delimitar o acesso cada vez mais pessoalizado do usuário à sua conta, com o máximo de segurança.

Endossando as palavras do executivo da NTT, é possível dizer que, estando numa guerra tecnológica, as empresas de segurança digital lidam com o desafio de não errar. O futuro reserva aprimoramentos ainda mais surpreendentes para as grandes indústrias do planeta, mas a matriz de sua eficiência tem como único lastro a segurança que os novos sistemas oferecerão. A proteção cibernética é a chave para os avanços e até para a atratividade do que promete a modernidade.


*Maria Cristina Diez é diretora comercial e de Marketing da Most Specialist Technologies – cristina@most.com.br

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