Texto e fotos: Heitor e Silvia Reali do site viramundo e mundovirado
São quase oito mil quilômetros de São Paulo a Riviera Nayarit, no litoral do Pacífico, México. Mas afinidades encurtam distâncias. Nayarit é regida pela hospitalidade, gastronomia especial e praias banhadas por um oceano turquesa. Em sua essência, Nayarit é puro prazer, e precisa ser desvendada aos poucos e brindar a cada nova descoberta.
A Riviera Nayarit é o sonho de viajantes do mundo todo atraídos pela fórmula tão simples quanto mágica de suas praias: mar azul + areia dourada. E nós, fomos em busca dos atrativos de cada uma.
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Assim, prazerosamente seguimos pela estrada parando a todo instante para curtir as praias pequenas e aconchegantes, as entesouradas entre montanhas, até aquelas que se sobressaem por sua extensão e deixaram nosso pensamento vagando no horizonte. Mas, no caminho nosso olhar também se rendeu ao encanto dos povoados pesqueiros com barcos coloridos sobrevoados por bandos de pelicanos e de gaivotas.
Nossas preferidas foram a Flamingos com seus elegantes resorts, a Bucerias com seus quiosques que oferecem petiscos gastronômicos e drinques aromáticos, a hippie Sayulit, e a prístina Lo de Marcos. Confirmamos a escolha dos surfistas na La Lancha e a Las Islitas, que dizem ter a onda mais larga do mundo, com mais de um quilômetro. E, o melhor, é que em toda elas, dependendo da época do ano, podem-se observar baleias e golfinhos.
Pica o no pica?
Ela tem o sabor de fogo e pode ‘recriar’ seu paladar. Ela – sua majestade a pimenta. Perfuma, realça sabores e – provoca um ardor também. Topar com a atrevida culinária mexicana é entrar nos mistérios desta especiaria que foi um dos itens mais cobiçados do comércio mundial. Vale lembrar que elas foram a causa do descobrimento da América.
Cristóvão Colombo estava atrás das especiarias asiáticas, entre elas top da época, a pimenta-do-reino.
E foi aí que Colombo errou feio : confundiu a mesma sensação de ardência daquela pimenta, com as encontradas na América que são de outra família, a capsicum. Se não fosse por isso as ‘pimentas’ americanas, já utilizadas há 9000 anos na cozinha dos indígenas de Tehuacán, passariam a ser chamadas só de chiles ou ajis. Ricas em cálcio, vitaminas A e C, além de ter propriedades antioxidantes, as pimentas dão um toque de personalidade aos pratos mexicanos.
Com mais de sessenta variedades, graus de ardor e formatos, estão no preparo dos moles – molhos muito elaborados e espessos – que podem conter até chocolate, o xocóatl. Entre as mais ardentes: a pikin, poblano, chipotle, morita, e a yahualica. Como a variedade é imensa, é importantíssimo perguntar antes de se aventurar na primeira garfada: “pica (arde) ou no pica”.
Bebida dos Deuses
Da pimenta direto para a piña, que é o miolo da planta agave azul, e demora dez anos para se desenvolver. Dela se extrai um sumo que fermentado e destilado produz a bebida nacional, El Tequila. Os índios tiquilas utilizavam a bebida em rituais e para fins curativos, chamando-a de “bebida dos deuses”. A tequila possui textura levemente oleosa, deixando escorrer as piernas,ou lágrimas, sabor herbáceo, aromas de madeira, especiarias, e de frutas como melão e laranja.
Frida Kahlo, uma artista também na cozinha, era renomada por seus moles preparados com tequila, e erguia brindes da bebida com sonoros “Viva la Vida”.
Os mexicanos gostam de degustá-lo derecho, puro, para os que têm gargantas fortes, ou banderita, com sal e limão. Já as mulheres preferem as margaritas, com gelo moído, sumo de limão e cointreau. Para uma boa margarita, o que vale além da qualidade é a proporção, ensina Juan Rodrigo, barman que preparava essa bebida para a atriz Elizabeth Taylor, quando viveu em Vallarta, ali pertinho de Nayarit, então um simples povoado de pescadores.
Uma Paixão Mexicana
Há melhor maneira de se compreender a realidade de um lugar do que passear por suas ruas? São elas que revelam as alegrias e os segredos de uma cidade. E o que falar, então, quando suas pracinhas são musicais e coloridas? A música dos mariachis dá o tom e os cactos nos revelam uma beleza inusitada.
Mais de duas mil espécies de cactos que variam de poucos milímetros a até 16 metros de altura, são encontrados em sua maioria no México e na América do Sul. Adaptados às condições adversas da natureza, dentre suas características marcantes estão os inúmeros espinhos, a ausência de folhas, e uma rara e exótica floração. Diz a lenda que índios guerreiros foram transformados em cactos para protegerem seus descendentes e as montanhas do país.
Nas feiras é comum encontrar centenas de cactos e cactáceas em exposição. Vindos de diferentes regiões, eles refletem o espírito e são uma das paixões dos mexicanos.
Nayarit é repleta de vida, tudo ali traz uma marca de alegria, de mistério, de algo que provoca nossa curiosidade. Única, quanto mais tempo o viajante permanecer, mais tesouros pode descobrir.
Onde ficar:
Imanta Hotel- L, Higuera Blanca, Bahia de Banderas, www.imantaresorts.com
Four Seasons Resort – www.fourseasons.com, Punta Mita – Bahia de Banderas. Uma dica primorosa: Escolha as suítes Sol. Lá você saberá o porquê.
Hotel Garza Canela, em San Blas, www.garzacanela.com
Grand Velas Riviera Nayarit – www.grandvelas.com
Onde comer:
Restaurante El Delfin, em San Blas, www.garzacanela.com Um banquete de sensações reserva esse restaurante da chefe Betty Vasquez. O resultado de sua culinária se resume em uma só palavra: supimpa
Artesanato em Sayulita: Revolucion del Sueño – www.revoluciondelsueno.com
Mais informação: www.rivieranayarit.com
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