por Eduardo Andreassi (De Roma)
A Lombardia é a região da Itália em que o primeiro grupo de casos de coronavírus surgiu em uma cidade pequena a cerca de 60 quilômetros de Milão no dia 20 de fevereiro.
A região densamente povoada, que inclui a capital financeira italiana, Milão, já teve 1.218 mortes. Mas, apesar do aumento das mortes, o governador Attilio Fontana disse que vê algum motivo de otimismo com os dados, já que os casos novos parecem estar aumentando menos rapidamente do que alguns dias antes.
O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, disse ao jornal Corriere della Sera que o surto ainda está piorando no país como um todo.
“Cientistas estão nos dizendo que o surto não atingiu seu pico, estas semanas serão as mais arriscadas”, disse Conte.
Os contágios na Itália atingem mais de 23 mil, mas a tendência está diminuindo: 349 novas mortes e 414 pessoas curadas.
Na Itália, autoridades já afirmaram publicamente que alguns hospitais estão à beira do colapso. Ao The New York times, Massimo Puoti, chefe da unidade de doenças infecciosas no Hospital Niguarda, em Milão, disse que a atual situação “é uma guerra”. Há o temor, segundo o jornal, de que médicos precisem começar a decidir sobre quem deve morrer ou viver.
“Ninguém sabe dizer quanto tempo vai durar”
“É possível que o vírus permaneça por alguns meses, mas ninguém tem dados irrefutáveis até agora”, disse Franco Locatell no estudo inglês que prevê que o coronavírus durará pelo menos um ano. “Outras epidemias ao longo dos anos indicam que quanto mais eficazes forem as medidas de contenção, maior será a probabilidade de evitar cenários semelhantes aos que estamos enfrentando”, acrescentou. Quanto aos métodos de contágio, respondendo a uma pergunta, ele explicou que “o possível contágio através de superfícies é absolutamente marginal comparado ao interumano, que continua sendo o verdadeiro modo de transmissão”.