Na última quinta-feira, dia 24 de fevereiro, a Rússia invadiu a Ucrânia e há muito tempo se falava nessa possibilidade. Devido à falta de credibilidade do presidente Biden, líderes de diversos países não acreditaram que Putin seguiria com essa decisão polêmica. É bom recordar que historicamente, os conflitos sempre vieram em um momento oportuno para e economia da indústria bélica, e não apenas a americana.
por Daniel Toledo*
Pessoalmente, acredito que o presidente da Rússia é um dos melhores estrategistas, sendo um político influente em um país que possui tamanho continental e força bélica proporcional ao seu tamanho. Porém, a sua atitude de invadir a pátria dos ucranianos resultou em inúmeras vidas perdidas além dos traumas irreparáveis para aqueles que ficaram. Todo esse cenário devastador surpreendeu inclusive os diplomatas russos, que foram pegos de surpresa.
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Vladimir Putin quer ser visto como um grande líder, quer seu nome nos livros de história e tem marcado sua presidência demonstrando controle absoluto e estratégias bem pensadas. Oferecer independência para regiões separatistas é uma forma de legitimar a invasão na Ucrânia.
Mas o quanto essa guerra pode impactar no seu bolso? É preciso analisar a situação com clareza. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tenta apagar esse incêndio com mais lenha e gasolina. Isso porque desde o início da pandemia o país vem imprimindo quantidades exorbitantes de papel moeda para distribuição, devido a adoção de medidas assistencialistas.
Durante esse período, tanto pessoas que precisam do valor oferecido pelo governo americano, quanto aqueles que não passaram necessidades, receberam esse estímulo para manter a economia aquecida. Todo esse esforço impactou na emissão de milhões de dólares, gerando um grande débito interno, demissões sem justificativa e alta na inflação do país.
Mas alguém precisa pagar por essa situação, e não será por meio de investimentos e giro de produtos. A melhor forma para o governo equilibrar as contas é promover o conflito em outras regiões, esperando a necessidade de equipamentos bélicos que podem ser adquiridos dos Estados Unidos e que geram bastante lucro para o país. Não é a primeira vez que essa estratégia é utilizada pelos líderes americanos, circunstâncias semelhantes ocorreram na Síria, Iraque e em outros países.
Existe também a questão do petróleo, um dos commodities mais comercializado nas bolsas, que essa semana teve o valor do barril superando a margem dos US$ 100,00, uma alta que não ocorre desde 2013. E os Estados Unidos como maior produtor de petróleo do mundo, tem interesse em exportar para equilibrar o déficit causado pela pandemia.
Vale ressaltar que não existem lados em um conflito deste tamanho e que as pessoas envolvidas são filhos e pais de alguém, é fundamental ter sensibilidade ao tratar desses assuntos. Não se trata de Biden e Putin na linha de frente, mas soldados e civis, um povo que não possui grandes patrimônios e que estão vendo o pouco que tem se esvair por interesses políticos e econômicos.
Nesse momento também esperamos que o Ministério das Relações Exteriores do Brasil tenha capacidade de convencer o presidente Bolsonaro a não fazer pronunciamentos arriscados sobre essa situação. Ao aplicar sanções para Rússia, portas que também geram algum benefício serão fechadas. Atualmente, por exemplo, o Brasil depende da compra de fertilizantes, além de outros produtos que são exportados para o país Europeu.
Certamente há uma série de fatores que serão negativos para o bolso, como a alta no petróleo, no gás e o aumento nos custos de transporte, que terá efeitos em todos os setores. Por isso é importante ter cuidados antes de emitir qualquer opinião e aguardar o trabalho de diplomatas que são habilitados e qualificados para ter essas conversas.
Daniel Toledo é advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da Lee Toledo PLLC. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.