por Paulo Atzingen (do Rio de Janeiro)
Em entrevista exclusiva ao DIÁRIO, o diretor-geral da rede Iberostar no Brasil, Orlando Giglio, apresentou um balanço do semestre que termina agora em junho e falou sobre a crise ética, política e econômica que o Brasil atravessa.
“Contra tudo e contra todos o nosso primeiro semestre foi razoavelmente bom. Conseguimos crescer as vendas em 9% e 10%. Não posso te dar o número fechado, porque o semestre acaba daqui a 30 dias. Janeiro e fevereiro foram meses excepcionais. Até dia 30 de junho estamos também bastante seguros”, adiantou ao DT, lembrando que a estabilidade do dólar e a decisão dos brasileiros em fazer turismo interno ajudou muito nos resultados.
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Giglio acrescenta que o que se vive hoje no país é fundamentalmente uma crise moral e política e que sua preocupação é apenas quanto aos novos investimentos e a chegada de novos investidores “essa crise política pode afetar principalmente os investimento, correto? Porque qualquer empresário ou investidor que venha de fora do Brasil ou qualquer empresário da área hoteleira, ele olha o cenário e diz: Parem as máquinas! Vamos ver o que vai acontecer neste país, está tudo muito incerto”, pondera o hoteleiro. Segundo Giglio, a indecisão no Congresso Nacional, a falta de lideranças legítimas e se o Brasil vai ou não ter eleições diretas ou indiretas, cria um estado de pânico na economia.
Rio de Janeiro e segurança
Em outro ponto da entrevista, Orlando Giglio garante que sua cidade, o Rio de Janeiro, luta para superar a crise política e econômica que atravessa e diz que o que mais afeta a hotelaria não é a onda avassaladora de economia compartilhada (leia-se airbnb), mas a falta de segurança.
“O Rio de Janeiro é muito importante sob o ponto de vista do Brasil. A Polícia Federal deve continuar fazendo o seu papel e o Rio de Janeiro com certeza vai voltar a ser o Rio de Janeiro”, afirmou.
Memória
Orlando explica que, mesmo considerando a super-oferta (mais de 17 mil apartamentos foram inaugurados na cidade nos últimos cinco anos segundo dados da ABIH Nacional) sua cidade tem o maior potencial turístico do país e o problema não é a economia compartilhada: “Mesmo que você vá para uma casa ou um hotel, o problema não está no airbnb”, Giglio contou uma breve história em um evento que participava o fundador da rede Iberostar Internacional, dom Miguel Fluxá. “Nessa ocasião perguntaram para ele se investir em um país como o Brasil era bom, se ele não tinha receito… Ele respondeu: “Receio não temos. Mas o único fator que acaba com o destino é a segurança no país”, recordou Orlando, finalizando. “Eu repito esse mote, esse mantra de um investidor que tem mais de 100 hotéis no mundo, dizendo: “se você quer sua cidade, seu estado e seu país com turistas e que seja visto e lembrado lá fora e esteja pronto para receber turistas, torne o seu lugar mais seguro”, finalizou.