Já tem se tornado um hábito todo mês de outubro a rede Accor ser anunciada como uma das melhores empresas para se trabalhar no Brasil. Não é uma premiação furada ou montada, trata-se de um evento promovido pelo Great Place to Work (GPTW), uma empresa global de pesquisa, consultoria e capacitação que estimula as organizações a identificar, criar e manter ambientes de trabalho saudáveis, por meio do desenvolvimento de culturas de alta confiança.
REDAÇÃO DO DIÁRIO
O GPTW está presente em 53 países, e analisa mais de 7000 empresas anualmente. Na edição 2020 da premiação, a Accor ficou com a 8ª posição na categoria Grandes Empresas. Essa é a 23ª vez que a empresa é reconhecida com esta distinção. O DIÁRIO conversou com Fernando Viriato, vice-presidente sênior de Talento & Cultura Accor América do Sul. A ideia é tentar entender por que a Accor todo ano fica tão bem colocada nesse ranking. Viriato apresenta abaixo várias razões, acompanhe:
DIÁRIO – A pandemia alterou tudo ou quase tudo, inclusive nas relações entre Empresa e colaboradores. Você acha que nesse quesito a Accor tenha ou esteja se sobressaindo diante da média brasileira?
FERNANDO VIRIATO: Temos uma cultura Heartist, que significa Artista do Coração. Esta cultura de serviços também define como queremos tratar nossas equipes e, por isso, temos um cuidado especial com os colaboradores desde o seu recrutamento. Creio que esta é a base de tudo o que fazermos e que nos qualifica para receber o prêmio.
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Estamos vivendo hoje um momento atípico. Com a pandemia, nós resolvemos ouvir as equipes e realizamos uma pesquisa logo em abril deste ano para entender como os colaboradores estavam se sentindo e quais demandas tinham. Sabemos também que as famílias dos nossos colaboradores também estão sendo muito impactadas neste momento, não somente com casos de contágio e perda de parentes, mas também economicamente.
DIÁRIO – Quais foram as medidas tomadas, na prática, para auxiliarem os colaboradores e suas famílias?
FERNANDO VIRIADO: Entre outras ações, nós criamos um fundo social, o All Heartist Fund, com objetivo de apoiar nossos colaboradores e parceiros durante a crise do covid-19. Somente no Brasil, a Accor já ofereceu assistência a todos os colaboradores desligados depois de março de 2020. Oferecemos 8 meses de telemedicina e acesso a rede médica credenciada a baixo custo, assessoria de realocação online, e auxílio funeral.
Também disponibilizamos benefícios como: troca do Ticket Restaurante por Ticket Alimentação; pagamento de uma verba mensal para auxílio nas despesas adicionais durante o home office; call center dedicado a prevenção e orientação em relação à pandemia; acompanhamento psicológico; além de adaptarmos nossas práticas para serem executadas à distância (ginástica laboral, mindfullness, yoga, etc.), entre outros.
Outra ação realizada foi o mapeamento dos nossos colaboradores com alto risco para evolução grave, no caso de contágio, e decidimos deixá-los fora dos hotéis, mesmo quando eles já estivessem prontos para reabrir.
Além disso, oferecemos formação adicional, à distância, para as equipes dos hotéis e sede sobre temas relevantes neste momento, como gestão de equipes à distância, gestão do tempo, resiliência, além de criarmos rodas de conversa para grupos em condições específicas, como mães e colaboradores em retorno de suspensão de contrato. Reforçamos a proximidade das lideranças com as equipes de base e mantivemos todos os programas de mentoring durante a pandemia.
Por último, criamos uma oferta adicional de Lives com conteúdo diverso sobre gastronomia, cultura/arte, além de temas de negócios para que as equipes tivessem oportunidade de aprendizado e troca.
Assim, tentamos cuidar de nosso maior patrimônio, que são as equipes que trabalham conosco. É com este foco que fazemos com que nossas equipes compreendam a importância do acolhimento, que é fundamental para manter a excelência na prestação de serviços aos nossos hóspedes.
DIÁRIO – No ranking a Accor apresenta mais de 11 mil funcionários. São contratados diretos ou indiretos? Quais os acordos de trabalho que prevaleceram neste período de pandemia? Pode citar?
FERNANDO VIRIATO: A grande maioria dos contratos de trabalho são de empregados dos hotéis administrados pela Accor. Estes hotéis são geridos pela Accor em todos os aspectos, especialmente os processos de negócio, a cultura de serviços e as políticas e práticas de gestão de pessoas. A cultura Accor é vivida diariamente pelas equipes. Também temos equipes que trabalham nas nossas sedes, coordenando e apoiando os hotéis no seu dia a dia e que proporcionam a excelência na experiência dos clientes por meio dos nossos serviços, a gestão da performance operacional e financeira, e a valorização constante das equipes das unidades através de nossas práticas de gestão de pessoas.
DIÁRIO DO TURISMO – Volta e meia saem pesquisas comparando salários de mulheres com os dos homens. Na semana passada, por exemplo, foi divulgada uma pesquisa de que Mulheres funcionárias públicas ganham 25% menos do que os homens. Como é a política da Accor?
FERNANDO VIRIATO: No Brasil, as mulheres representam 56,58% da força de trabalho da Accor e 53% dos cargos de chefia e/ou gerência. Nosso objetivo é ter uma força de trabalho cada vez mais engajada e disposta a discutir um futuro mais justo. Inclusive, neste ano, também fomos reconhecidos como uma das melhores empresas para Mulheres trabalharem, na 2ª colocação, mostrando que a empresa é referência de igualdade de gênero e oportunidades de carreira no mundo corporativo.
No Brasil, ainda possuímos uma diferença de 4% na remuneração para cargos de chefias e gerência, considerando nível de experiência semelhantes, entre homens e mulheres. Por isso, redobramos nossas práticas para alavancar o empoderamento feminino, valorização da diversidade de gênero nos recrutamentos, aumento da oferta de mentoring para mulheres e outras ferramentas de desenvolvimento de benefícios específicos, como os que valorizam e suportam a maternidade etc.
Em relação à sociedade, além de darmos nosso exemplo com boas práticas internas, desenvolvemos diversas ações, entre as quais eu gostaria de destacar o suporte, também do ALL Heartist Fund, no apoio as mulheres vítimas de violência doméstica. Já destinamos R$ 600 mil para esta causa na região.
No caso específico de diversidade de gênero, mulheres e homens que apoiam o empoderamento feminino se reúnem em torno de um grupo que nomeamos como RiiSE, que se ramifica também pelos hotéis nossos.
Com isso, comprovamos a importância do trabalho realizado pelas milhares de mulheres em nossos hotéis e fortalecemos o incentivo a outras ações de valorização da diversidade na empresa, gerando ambientes de trabalho mais inclusivos, inovadores e produtivos.
*A entrevista ao jornalista Paulo Atzingen foi concedida por email
as mulheres tem capacidade de muitas funçoes na empresa onde ela trabalha e so da ferramentas certas pra que ser capacite pois nos mulheres nao desistimos facel de querer aprende sempre mais