A CVC é listada em bolsa e tem seus resultados medidos pelo sucesso de seus executivos que são remunerados através de bônus pela economia que fazem
CONSELHO EDITORIAL DO DIÁRIO
A maior operadora de turismo do Brasil, a CVC, não participou da Expo-ABAV 2017 e puxou outras pela mão, por razões as mais diversas, mas fiquemos nas razões da CVC.
Sai do entendimento de quem está trabalhando pelo turismo e no turismo a ausência desta operadora na Expo-ABAV e o silêncio gritante de todos. Ninguém respondeu a pergunta: Por que a CVC não participou da Expo-Abav 2017?
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Temos aqui uma das respostas: porque ela se coloca em uma posição muito tranquila; é uma empresa listada em bolsa onde tem seus resultados medidos pelo sucesso de seus executivos que são remunerados através de bônus pela economia que fazem e pelos dividendos que dão aos seus acionistas.
Quanto economizaram? 500 mil? talvez. O argumento – talvez fundamentado, talvez furado – é que o modelo de feira está ultrapassado e que o momento de crise não permite gastos… Crise? que crise? Pode haver crise no setor da indústria, do setor imobiliário, da construção civil, crise da política, mas não existe crise em viagens de lazer. Os grande equipamentos, os grandes players de mercado estão amarrados em complexos sistemas de vendas nacionais e internacionais e as vendas estão a todo vapor….
A CVC está com um caixa altíssimo de captação, tanto é que está com uma lista de empresas que quer comprar, já com a liberação do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Já adquiriu a Trend Operadora, comprou o Submarino, comprou a consolidadora Rextur, e, com isso, tem todos os agentes de viagem na mão. Com essa ausência a CVC demonstra estar pouco se importando para o turismo e para o setor de turismo…
Que existem razões comerciais da empresa pode-se até se aceitar e considerar. Mas onde estão as razões institucionais da empresa? Seu fundador, Guilherme Paulus ocupa uma cadeira no Conselho Nacional de Turismo e ele não compôs a mesa de autoridades na abertura da Abav-Expo 2017, na ultima quarta-feira (27). Fica por isso mesmo? Não se deve questionar o rei?
Fingir que não foi
Que os negócios da empresa estão a mil por hora e que eles não precisam de uma feira para ganharem mais ou venderem mais, até dá para entender, mas é difícil aceitar.
A CVC está expandindo o raio de suas franquias pelo Brasil a um custo de 100 mil de investimento por nova loja. O município fica satisfeito quando abre uma agência de viagens CVC em seus limites territoriais. Mas fica feliz por quê? Essas agências chegam para enviar turistas para fora e não para importar turistas. É justamente o modelo econômico de concentração empresarial que faz o Brasil patinar em seu desenvolvimento de verdade. Um modelo pouco equânime, e nada sustentável. Como fingir que não foi.