Protagonismo feminino no meio corporativo é um dos temas da entrevista do DIÁRIO com Ana Luiza Masagão, do Grupo Royal Palm

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Ana Luiza Masagão é diretora de Marketing e Vendas no Royal Palm Hotels & Resorts

Por Hugo Okada

Um dos nomes de destaque na hotelaria nacional, Ana Luiza Masagão, diretora de Marketing e Vendas do Royal Palm Hotels & Resorts, concedeu uma entrevista ao DIÁRIO DO TURISMO no mês em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher, um dos temas da conversa. Ana Luiza fala sobre os desafios encontrados pela mulher no meio corporativo, como dividir o tempo entre a dedicação com a carreira profissional e a família, desigualdade entre os gêneros e – como não podia deixar de ser – o ótimo momento vivenciado pela companhia, que acaba de concluir as obras que tornaram o Royal Palm um complexo completo para hospedagem, lazer e realização de eventos. Confira.

DIÁRIO – Na sua opinião, quais os maiores desafios enfrentados pela mulher no meio corporativo?
Ana Luiza Masagão – Em geral, ainda é a desigualdade. É claro que houve uma evolução nos últimos tempos, e, por conta disso, muita gente pensa que já não existe mais esse tabu. Porém, são nas questões do dia a dia, sutis para os olhares masculinos, que o problema aparece. Por exemplo, de acordo com relatório do Fórum Econômico Mundial, 100 anos é o tempo estimado para que a diferença salarial entre homens e mulheres desapareça. Atualmente, elas recebem 74,5% do salário dos homens, mesmo ocupando os mesmos cargos.

Mulheres representam 55,1% do contingente universitário e 53,5% do total de alunos de pós-graduação, de acordo com o IBGE. Apesar disso, pesquisa da HP mostra que elas só se candidatam para uma vaga se forem capazes de preencher todos os pré-requisitos.

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Também tem o conflito entre filhos e carreira. É justo ter que fazer tal escolha? As buscas por “congelamento de óvulos “ cresceram nos últimos anos e servem como um belo indicativo de que, mesmo as mulheres que querem ter filhos, ainda sentem a necessidade de adiar a maternidade por receio de perder oportunidades enquanto tentam conciliar carreira e família. Já as buscas por “MEI licença maternidade” cresceram mais de 700%, sugerindo que um grande número de mulheres considera abraçar o empreendedorismo depois de ser tornarem mães. Há ainda o problema do assédio, um tema que precisa ser amplamente discutido, visto que, infelizmente, representa um grande desafio também no meio corporativo.

Por fim, destaco que o mercado de trabalho não é o único desafio, pois existe a questão da dupla jornada. Um levantamento recente da Oxfam mostra que ter um emprego e ser a maior – e, às vezes, a única – responsável pelos afazeres domésticos e cuidados com a família, ainda é a realidade da maioria das mulheres no mundo.

DIÁRIO – De que maneira a mulher pode se destacar dentro do seu ambiente de trabalho?
Ana Luiza – Ao procurar dicas sobre esse tema, é surpreendente a quantidade de informações irrelevantes e machistas que são levantadas. Na minha opinião, basicamente, além da qualificação, da formação e do engajamento, necessários a qualquer profissional, a mulher tem que ter uma atitude confiante e firme, mas sem perder a sua essência. Não é necessário agir como um homem, mas como uma mulher que é uma grande profissional e que tem atributos e qualidades que a diferenciam no ambiente de trabalho. Atualização constante, tomar riscos controlados, saber ouvir e se fazer ouvida, trabalhar em equipe, ter respeito, empatia e adaptação à cultura, são fundamentais para o sucesso em uma empresa.

DIÁRIO – Qual foi o momento mais marcante de sua trajetória?
Ana Luiza – É difícil eleger um, mas, certamente, foi quando percebi que estava trabalhando para uma grande empresa, que valorizava as mulheres e que não me fez escolher entre ser mãe e profissional. Inclusive, mesmo estando no meio de uma gestação, fui promovida a um cargo no comitê executivo da companhia.

DIÁRIO – Quais as principais questões que o Dia Internacional da Mulher levanta atualmente?
Ana Luiza – Violência e feminicídio estão entre as mais importantes, pois, especialmente no Brasil, os números são assustadores e precisa ser discutido sempre, não podemos nos calar. Mas, apesar desses graves problemas, as mulheres estão conquistando cada vez mais voz e mais espaço. Nós precisamos estar sempre unidas.

Novidades no Royal Palm Hotels & Resorts

DIÁRIO – Quais as expectativas para o Royal Palm neste ano de 2019, com o complexo finalizado?
Ana Luiza – Com a conclusão total do complexo, esperamos um faturamento de R$ 200 milhões. Além de aprimorar nosso lazer, a estratégia para 2019 consiste em fortalecer os negócios nos segmentos corporativos e de convenções. O Hotel Contemporâneo, recém-inaugurado, marcamos a última etapa do complexo. Agora, o desenvolvimento do segmento de eventos e hotelaria, consolidado com o Royal Palm Campinas, está plenamente concluído. Portanto, a expectativa para 2019 é de crescimento, tanto na parte do lazer quanto no setor de eventos corporativos.

DIÁRIO – Você acha que o segmento de eventos cresceu com a retomada ainda que lenta da economia?
Ana Luiza – O calendário de 2019 mostra uma retomada do segmento, com diversos eventos de grande porte já agendados. A expectativa para 2020 também é alta, com a confirmação de três congressos médicos de abrangência nacional, o que totaliza, apenas nesses eventos, um público entre 15 mil e 18 mil pessoas. Com apenas oito meses de funcionamento, o Royal Palm Hall já recebeu mais de 100 eventos, dos quais 20 foram com participação acima de 2 mil pessoas, entre convenções nacionais e eventos sociais, como grandes formaturas. As organizações estão se preparando para uma retomada da economia brasileira com lançamentos e treinamentos para colaboradores, visto que já tivemos vários eventos nesse formato, além dos congressos, que mencionei anteriormente.

DIÁRIO – O que mais destaca entre as novidades do Royal Palm Hotels & Resorts?
Ana Luiza – Destaco a inauguração do centro de convenções Royal Palm Hall, que se deu em junho de 2018. O empreendimento é a base de todo o projeto Royal Palm Campinas. Já em agosto de 2018, foi a vez do hotel upper midscale (padrão quatro estrelas superior) Royal Palm Tower – Anhanguera. No mês seguinte, o hotel teve o seu primeiro resultado financeiro positivo, devido a eventos vendidos antes mesmo de sua abertura, refletindo a confiança do mercado no grupo. Mais recentemente, no dia 12 de janeiro, tivemos a abertura do Hotel Contemporâneo, que foi marcada pela ocupação máxima. Grandes farmacêuticas, bancos e uma multinacional do setor de alimentos utilizaram todo o complexo nos meses de janeiro e fevereiro: Centro de Convenções, Resort, hotel 4 estrelas e hotel econômico. Outra vertente do projeto, sendo de corporativo & mall, contempla um Mall (galeria de lojas de conveniência e praça de alimentação, em fase de finalização de obras, prevista ainda para 2019) e mais 3 torres de escritórios, que terão desenvolvimento futuro. Essa área de Corporativo & Mall será operada por investidores e ficará ao lado do Hotel Contemporâneo.

DIÁRIO – Gostaria de acrescentar algum ponto sobre o assunto?
Ana Luiza – Eu queria acrescentar que, atualmente, as empresas estão se atualizando, visto que muitas possuem políticas e benefícios sobre as questões da mulher. Isso, claramente, representa uma evolução. Também gostaria de ressaltar que, no grupo Royal Palm, não há qualquer tipo de distinção, ou seja, as mulheres têm a mesma participação, protagonismo e oportunidades que os homens, sendo uma empresa exemplo no que se refere a isso. Por exemplo, na diretoria do grupo, são três mulheres e apenas um homem. Além de mim (diretora Comercial e Marketing do grupo Royal Palm Hotels & Resorts), temos a Sandra Neumann (Diretora Geral do Royal Palm Plaza e Royal Palm Hall) e a Angela Landamnn (Diretora de Recursos Humanos do grupo Royal Palm Hotels & Resorts).

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