Qual vinho ideal para acompanhar o mocotó?

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por Werner Schumacher*

A pergunta para a série “Pergunte ao Werner Schumacher, sem papas na Língua” é de Ciro, de Bagé (RS).

Pergunta: O frio está chegando aqui no sul do Brasil e todo gaúcho que se presta tem as suas comidas de inverno, a minha é o mocotó, qual o vinho ideal para acompanhar esse prato?

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Werner responde: 

Bah Ciro, só a pergunta já me deu água na boca, adoro mocotó.

A minha lembrança mais remota de mocotó, que tem um história similar à feijoada, vem de um bar na André da Rocha em Porto Alegre, frequentado pelo meu padrinho Carlos Harlieb, pelo chargista SanPaulo e muito outros, que lá buscávamos para comer em casa, pois dá um trabalho danado preparar esse prato.

Mais recentemente, tive uma experiência fantástica em que cada um levou um ou dois vinhos e nos encontramos no Rei do Mocotó na Bordini, em Porto Alegre, do meu amigo Serginho.

Cara! Não foi fácil, pois foi uma confusão de ideias sobre o prato, uns achando que precisava um vinho encorpado e tânico por causa da gordura, outros achando que deveria ser um tinto mais leve, pois o mocotó não tem nada de gordura, é colágeno. Enfim, não chegamos a uma conclusão.

Um disse que ia bem com espumante, talvez o mais certo, mas espumante com um frio de matar não vai, não é mesmo?

Falando em frio, sinceramente não entendo essa de que mocotó e outros pratos serem comida de inverno, uma sopa, até concordo, mas depois que escutei que em Belém tem vários restaurantes de fondue e em Manaus de sopa, não digo mais nada. Por aqui, pode-se dizer que não há nenhum.

Quando passei um bom tempo em Toledo no Paraná, que as vezes nos surpreende com o frio, na quinta-feira comia rabada e no sábado feijoada no restaurante do português e tomava uma tacinha de vinho, fazia frio ou calor, era sagrado.


Werner Schumacher, é o alemão brasileiro que na década de 80 e 90 do século passado trouxe os insumos da Europa para o início da vinicultura no Rio Grande do Sul, e portanto, no Brasil.

Sem meias palavras, Werner durante o último ano escreveu sobre inúmeros assuntos do universo do vinho. Defendeu a viticultura heroica de montanha, ficou do lado dos pequenos produtores de uva e vinho do Rio Grande do Sul, enalteceu a importância do enólogo em uma propriedade que produz vinho, criticou os marqueteiros que tentam desmistificar o mundo do vinho com seus produtos padronizados e sem caráter.


As perguntas a WERNER SCHUMACHER podem ser enviadas para o Whatsapp do DT: (11) – 99361-4862 – ou no próprio Comentários do Leitor (logo abaixo)

 

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