Durante recente visita a Florianópolis o DIÁRIO entrevistou o antropólogo Adnir Ramos que apresentava uma exposição denominada Arqueoastronomia; Adnir tem um grande trabalho de catalogação de gravuras rupestres na região da ilha de Santa Catarina e ilhas adjacentes.
REDAÇÃO DO DIÁRIO
Segundo Adnir, seu trabalho consiste na interpretação da arte rupestre em Santa Catarina. “A arte rupestre neste estado da Federação é um sequenciamento do que venho elaborando a quase 30 anos, desde o inicio da minha pesquisa; nesse estudo descobri uma relação com a genética humana e venho então fazendo essa comparação de símbolos atuais da genética com símbolos encontrados nas pedras e também venho fazendo comparação de símbolos existentes aqui com símbolos em várias partes do planeta Terra”, afirma o cientista.
Autor do livro Divino Gênese, uma obra que apresenta as descobertas do pescador antropólogo na Ilha de Santa Catarina; Adnir adianta que há milhares de inscrições rupestres em Santa Catarina e que algumas são inclusive acessíveis para o turismo.
“O costão sul da Praia do Santinho é um dos poucos sítios de gravuras rupestres preparado para receber visitas de turistas, escolas e pessoas de todas as idades. O Costão do Santinho é uma região peculiar pela grande quantidade de gravuras rupestres e pelo detalhamento de cada conjunto de gravura”, afirma ao DIÁRIO.
O estudioso esclareceu que é feita uma interpretação desses desenhos para fazer com que todos percebam o valor histórico da região e almeja que seja conectado com o turismo “para que as pessoas possam valorizar e até mesmo para que seja preservado, pois à medida que há visitantes, aumenta o interesse do estado, que pode fazer a infraestrutura para os locais, até para a segurança das pessoas”, disse.
Adnir complementou que tem feito exposições de suas pesquisas de campo e também palestras. “Nessas palestras e exposições apresento provas de que existe grandes significados por trás das inscrições. Para se ter uma ideia, só aqui em Santa Catarina, de Porto Belo à Garopaba, existem mais de 500 desenhos gravados.
Segundo Adnir, os morros e costões do litoral de SC escondem desenhos rupestres e observatórios astronômicos que podem conter uma mensagem sobre o ciclo da vida e o futuro da sociedade.
Localização
As gravuras rupestres em baixo relevo estão em boa parte do litoral catarinense: Ilha de Porto Belo, Ilha do Arvoredo, Ponta das Canas, Ingleses, Santinho, Ilha das Aranhas, Barra da Lagoa, Galheta, Praia Mole, Joaquina, Campeche, Ilha do Campeche, Armação, Pântano do Sul, Ilha das Irmãs, Ilha do Papagaio, Pinheira, Guarda do Embaú, Garopaba e Ilha dos Corais.
Quanto aos observatórios arqueoastronômicos, o mais significativo fica no morro da Galheta, em Florianópolis. Para chegar até lá pode-se ir pela trilha pública que se inicia no final da Fortaleza da Barra ou pela trilha do Instituto Multidisciplinar de Meio Ambiente e Arqueoastronomia (Imma), no começo da Fortaleza da Barra.
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No Imma, além da trilha, há um museu com uma coleção de arte rupestre com a reprodução de quase todos os painéis que existem na Ilha de Santa Catarina, além de artefatos cotidianos como pontas de machado e relógios solares.
Serviço:
Se marcar com antecedência, é possível combinar uma visita guiada com o antropólogo Adnir Ramos. A entrada custa R$ 10. Mais informações pelos telefones: (48) 99607-2201 e (48) 99621-8298.