É o espanto que nos arranca do sono. É a criatividade que nos tira da letargia. Ao recebermos nesta quinta-feira (13) a primeira edição da revista digital Viramundo e Mundovirado constatamos que não basta termos dezenas de carimbos no passaporte se não soubermos traduzir essas experiências com impetuosidade, inquietude e força, ao mesmo tempo com graça, calma e leveza. Heitor e Silvia Reali, Viramundo e Mundo Virado, respectivamente, fazem isso. Essas três atitudes dessas duas pessoas – aparentemente antagônicas – nos arranca do sono, nos tira da boca o gosto insosso do hambúrguer e nos remete a um mergulho extra-sensorial, além das alfândegas, free-shops e superfícies planas. O logo da revista nos lança a um universo que levita fora daqui, um signo que nos catapulta à atmosfera de um Cordel Encantado, algo ou alguma coisa fora desse mundo de contas e afazeres.
“O diferencial de nossa revista é que ela não fala só de viagens, mas de cultura, de arte, de gastronomia”, adianta Silvia Reali (Mundo Virado) , a fotógrafa e artista plástica que acompanha o jornalista Heitor Reali (o Viramundo) por esse mundo de encantaria.
“A revista terá matérias também em inglês e periodicidade mensal”, completa Heitor com o seu humor refinado.
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Meu caro Viramundo. Não importa a periodicidade, o importante é o que ela já causou: nos arrancou do sono, nos subtraiu a letargia desta quinta-feira outonal.
Com vocês, leitores, Viramundo e Mundovirado, do casal mais rodado que eu já vi. (Acesse aqui)
Abaixo, reproduzimos o ‘editorial’ da revista:
“Eu mais o meu companheiro vamos bem emparelhados: Eu me chamo Vira-Mundo, E ele é Mundo-Virado.”
O tom allegro-scherzoso desta cantiga dos vaqueiros reflete a essência da revista viramundo e mundovirado.
Queremos antes de tudo que nossas histórias e fotos convidem as pessoas a percorrer o mundo, seja para entrar na história e recuar no tempo, ou provar outros sabores, conhecer lugares que arrebataram escritores, músicos, cineastas, pintores, e tantos anônimos. E seja ainda nos desafios de uma aventura, ou até mesmo só para escapar do cotidiano vertiginoso.
Nosso objetivo é que as matérias aqui apresentadas estabeleçam cumplicidade com nossos leitores e sejam parceiras de suas realizações.
Unimos cultura com viagem, porque a arte sempre enriquece e é o caminho mais direto para a comunicação entre as pessoas. Ainda em sintonia com viramundo e mundovirado, é nosso desejo capturar a intensidade da vida.
Virando o mundo vamos conhecendo e aprendendo. Aí acontece um encantamento que amplia o sentido da viagem: o processo se inverte, e os viajantes voltam transformados.
viramundo e mundovirado é ressonância, é reflexo: vou para fora, mudo para dentro! Viramundo: leva um, trás outro. É mundovirado. Silvia e Heitor Reali: viajantes que viram o mundo
Etmologia: viajeiro, peregrino, papa-léguas. Cinema: título de um dos quatro episódios do documentário “Brasil Verdade”, de 1965, dirigido por Geraldo Sarno. Título do documentário de Pierre-Yves Borgeaud, cineasta suíço, sobre a obra de Gilberto Gil. Música: Giberto Gil: “…inda viro esse mundo em festa, trabalho e pão”. Design Popular: é um brinquedo, ou mandala, ou objeto composto por pequenos losangos revestidos de retalhos de tecidos coloridos, ou chita, pendurado por um fio e colocado no vão da janela para girar ao sabor do vento. Em diferentes localidades do Brasil é também denominado “estrela da felicidade” ou “giramundo”. Literatura: cantiga dos vaqueiros Manuelzão e Miguilim, de João Guimarães Rosa.
Virado
Etmologia: às avessas, dobrado, travesso.
Um pouco sobre os autores Silvia Reali Servadei, artista plástica e fotógrafa, e Heitor Reali, engenheiro e fotógrafo, dedicam-se juntos ao jornalismo há mais de 20 anos.”. Autores do livro “Viva o Brasil”, receberam em 2001 o troféu de bronze no Festival Internacional de Propaganda do Mercosul pela reportagem Silves, de turismo sustentável. São 40 anos de viagem, em mais de 90 países.