O DIÁRIO conheceu o grupo Selina há exatos dois anos quando a marca chegou ao Brasil. De cara percebíamos que eles queriam revolucionar o conceito de hotel – plantado nas velhas tradições de imóvel para receber pessoas para tomar banho a outras propostas como coworking, recreação, conexões entre pessoas, lugares e comunidades.
REDAÇÃO DO DIÁRIO com agências
O Selina combina conforto e o estilo de um hotel boutique com os aspectos sociais de um hostel e experiências locais, com distintas acomodações lindamente projetadas. De grandes cidades a destinos remotos, Selina atualmente opera 75 propriedades em 20 países da América Latina, Estados Unidos e Europa.
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Há apenas dois anos no Brasil, já há 6 propriedades em operação: duas em São Paulo (Centro e Vila Madalena), duas no Rio de Janeiro (Copacabana e Lapa), Paraty e Florianópolis. As próximas aberturas, ainda em 2021, serão em Búzios, Bonito e Foz do Iguaçu – esta última, já em fase avançada de reforma, conta com investimento de R$ 18 milhões. Na média, Selina investe cerca de R$ 30 mil por cama de um empreendimento que converte de hotel independente para Selina, valor que é muito difícil de hoteleiros independentes terem atualmente.
Modelo de Expansão
“O modelo de expansão de Selina inclui parcerias com proprietários e investidores locais para escalar suas soluções. No Brasil, Selina firmou parceria estratégica com a Mogno Capital para expandir de forma sustentável 4.000 camas no País”, afirma Flávia Lorenzetti, diretora de Expansão de Selina Hotels no Brasil.
O patrimônio líquido do fundo de investimento que Selina tem junto com a Mogno Capital para expansão no Brasil é de R$ 103 milhões.
” O grupo Selina oferece a oportunidade de que proprietários de hotéis independentes possam fazer parte da marca. Selina compra, aluga ou arrenda propriedades já existentes, modernizando-as e transformando-as em Selina. A obra, custeada por Selina, dura até 4 meses e o hoteleiro pode passar a faturar 2 ou 3 vezes mais do que anteriormente”, explica Flávia.
Segundo ela, ao firmarem parceria, os hoteleiros têm a possibilidade de se beneficiar da estrutura global de vendas e marketing de Selina, projetada para elevar o desempenho das propriedades. Esse modelo de negócios garante a continuidade do emprego para profissionais de hospitalidade, considerando as baixas no faturamento no setor de hotelaria.
Dados mostram que, globalmente, 16.7 milhões de quartos de hotel estão desalinhados com as atuais necessidades dos viajantes. O objetivo de Selina com essa iniciativa é tornar espaços irrelevantes em relevantes, com artistas locais e conhecimento global.
Entre os benefícios para os proprietários há o valor agregado ao local, assim como uma adaptação do espaço para atender às diferentes necessidades dos hóspedes. Para isso, as estruturas passam por uma reforma e renovação da propriedade de maneira não intrusiva, respeitando seu patrimônio e história, para se adaptar ao padrão Selina. O modelo de renovação Selina é rápido e agrega valor ao ativo, sem demoli-lo. O trabalho é feito em conjunto com artistas e artesãos locais para garantir que a aparência de cada Selina seja única e parte da comunidade a que pertence.
Esse modelo de negócio é vantajoso para os hoteleiros independentes, que sofreram perdas durante a pandemia, e uma vez que o mercado de viagens domésticas está mais aquecido do que o das viagens internacionais. Outra vantagem apresentada para os proprietários é que todas as unidades Selina têm co-working e programas facilitadores do trabalho remoto, estilo de trabalho em alta em todo o mundo.
Caos de hoteleiros independentes que transformaram seus imóveis em Selina
Selina Foz do Iguaçu (Frederico e Gabriela Machado)
A partir da transação com a Selina, os proprietários iniciaram a reconstrução do patrimônio da família. Agregaram valor ao imóvel, trouxeram notoriedade e a família pode se orgulhar novamente do empreendimento. Além do ganho financeiro, ainda agregou no suporte emocional para essa recuperação.
Selina Vila Madalena (Demian e Luigi Fiocca)Esqueleto de imóvel novo, quando retrofitado,
possibilitou a venda do imóvel. O proprietário havia construído e estava sem opção para a propriedade, olhando o mercado, pensando em abordar empresas de coworking ou transformar em lajes de escritório. Após a abordagem da Selina, o prédio se tornou uma unidade emblemática. Toda a roupagem e a operação Selina possibilitou a venda do imóvel para o fundo de investimento parceiro.
Selina Paraty (Urs Bukardi)Pousada simples, com proprietários precisando de uma reforma para que houvesse a venda do imóvel. Com todos os trabalhos realizados, o valor do patrimônio já cresceu desde a entrada de Selina no imóvel. Valorização do ativo que em breve será colocado à venda.
Selina Florianópolis (Antônio Gonzaga)Hotel icônico, abandonado pela falta de energia e interesse dos sucessores operarem. Selina reformou, recondicionou inclusive a estrutura da propriedade, que hoje é um sucesso e devolveu não só uma propriedade operável aos proprietários, mas toda uma história de ocupação e público à praia local.