As companhias aéreas brasileiras tiveram em outubro o pior desempenho desde 2012, com a procura de passageiros interessados em voar pelo país caindo mais do que a redução de oferta pelas empresas, informou nesta quinta-feira (26) a associação que representa o setor aéreo, Abear.
A demanda por voos domésticos no Brasil recuou 5,74% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado, enquanto a oferta caiu 3,87% por cento, segundo os dados da entidade.
“O resultado é ruim e no ano que vem vai piorar. Nossa expectativa é a mais conservadora possível”, disse o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz. Ele afirmou que a entidade não vê cenário de melhora nos dados do setor em menos de 24 meses.
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A retração da demanda corporativa com a fraqueza da economia e os maiores custos por conta do reflexo do dólar no combustível de aviação têm configurado um ambiente de difícil lucratividade para o setor, que vinha tentando estimular o passageiro a voar por meio de ações de marketing e redução de tarifas.
Segundo o presidente da Abear, resta às empresas continuarem cortando voos, provavelmente de forma mais agressiva que o já anunciado, uma vez que a previsão é de que a economia brasileira continue fraca em 2016.
Sobre o pacote de medidas pedido ao governo para aliviar os custos da aéreas, Sanovicz disse que houve capacidade de diálogo, mas a resposta de Brasília foi “nenhuma”.
A TAM, do grupo Latam, permaneceu líder no mercado doméstico em outubro, mas sua participação caiu para 37,4%, ante 39,14% em outubro de 2014. A Gol veio em seguida com fatia recuando para 35,1%, frente 36,36% anteriormente. A Azul avançou de 15,99% para 17,21% e foi seguida pela Avianca, que cresceu de 8,51% para 10,29%.
Voos para o exterior
No mercado de voos internacionais das companhias aéreas brasileiras, houve avanço de 15,51% da demanda e alta de 18,17% da oferta em outubro sobre um ano antes. A taxa de ocupação foi a 83,10%, recuo de 1,91% ante outubro do ano passado.
Nesse segmento, a TAM também manteve a liderança, com 80,73% do mercado, ante 84,91% em outubro de 2014. A empresa foi seguida por Gol, com 12,41%, frente 15,05% previamente. A participação da Azul foi de 6,81%. (Reuters)