domingo, maio 18, 2025
InícioEconomia do turismoSetor de viagens corporativas fatura R$ 24,1 bilhões no...

Setor de viagens corporativas fatura R$ 24,1 bilhões no 3º trimestre do ano

De acordo com o levantamento, feito pela Fecomercio e ALAGEV, Com esse faturamento, o setor de viagens corporativas superou 2019, com crescimento de 2,3%

O setor de viagens corporativas registrou faturamento de R$ 24,1 bilhões no terceiro trimestre do ano, valor 56,8% superior que o registrado em 2021 e 2,3% maior que o de 2019.

Esses índices são de acordo com dados das edições de julho, agosto e setembro do Levantamento de Viagens Corporativas (LVC), realizado pela FecomercioSP em parceria com a Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (ALAGEV).

Levantamento de viagens corporativas de julho (Foto: Divulgação)
Tabela do levantamento de viagens corporativas de julho
Levantamento de viagens corporativas de agosto (Foto: Divulgação)
Tabela do levantamento de viagens corporativas de setembro
Levantamento de viagens corporativas de setembro (Foto: Divulgação)

Considerando apenas o estudo de agosto, o faturamento em viagens corporativas foi de R$ 9,1 bilhões no país, resultado que representa aumento de 68,8%, em comparação ao mesmo mês de 2021. Além disso, supera pela primeira vez o patamar de 2019, em 4,2%.

Já em setembro, o valor ultrapassou R$ 9,3 bilhões, registrando crescimento de 58,4% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor é o mais elevado para o mês desde 2014.

Esses números comprovam que as empresas retomaram os seus investimentos em viagens e eventos pelo Brasil. De acordo com os estudos, os resultados não afetam somente o transporte aéreo, locação de veículos e hospedagem, chegando a diversas outras cadeias produtivas. Como, por exemplo, equipamentos e estruturas para eventos e serviços de alimentação e catering.

O que o levantamento do setor de viagens corporativas significa

Também, o LVC destaca que os dados têm de ser avaliados com muito cuidado, pois estão atrelados a fatores positivos e negativos. No campo favorável, a demanda continua aquecida nas empresas para realização de viagens e eventos pelo país.

A volta à normalidade pós-pandemia trouxe uma grande movimentação de feiras, congressos e reuniões, entre outros. Como consequência deste cenário, algumas cidades, incluindo São Paulo, e em diversos hotéis e resorts pelo país, já existe escassez de disponibilidade para 2023.

No entanto, o lado negativo engloba o aumento expressivo dos custos que as empresas estão precisando arcar. A pandemia gerou desalinhamento entre oferta e procura em alguns setores em todo o mundo, tornando-se mais forte no que diz respeito aos preços de commodities como petróleo, alumínio e grãos.

Além da alta do dólar, da inflação, guerra, custos extras com medidas de segurança em razão da pandemia (e que ainda são praticadas) e a mão de obra mais cara no setor devido à escassez pela migração de profissionais para outras atividades, também em decorrência da covid.

Não é desejo dos fornecedores do mercado corporativo, mas há um repasse de custos, o que afeta o valor final de um bilhete aéreo, locação de veículo ou hotelaria.

Segundo as últimas análises, esse aumento de custo veio para ficar. Não necessariamente com um pico de preço como o ocorrido no início do ano, que desencadeou uma inflação no país superior a 13%. Ainda que tenha desacelerado, ele ainda ficará superior à referência pré-pandemia.

Ainda, os levantamentos destacam que as empresas estão pensando nas reconexões pessoais e em estar presente, junto a clientes e parceiros, diminuindo gradativamente as interações on-line, o que não quer dizer que estas são menos importantes.

O que dizem as autoridades

“Superamos os números de 2019, mas ainda estamos vivendo uma fase de instabilidade econômica, com preços mais elevados, consequência da pandemia e guerra da Ucrânia. Por isso, as reuniões on-line, intercaladas com eventos e viagens – após uma análise detalhada sobre o motivo e necessidade -, são consideradas pelas empresas”, destacou Giovana Jannuzzelli, diretora executiva da ALAGEV.

“A questão é que voltamos a viajar em patamares como 2019, com volume e frequência. Porém, estamos nos deparando com valores exorbitantes de rotas com as quais estávamos bem acostumados”, explicou Ana Prado, travel procurement lead da Syngenta.

“Antes tínhamos tarifas mais competitivas. Como precaução e uma expectativa de minimizar um pouco o impacto, nós temporariamente mudamos a nossa política, aumentando a antecedência das viagens nacionais de 7 para 21 dias e das internacionais de 14 para também 21 dias”, complementou.

“Continuamos a encorajar as pessoas a fazerem reuniões virtuais. Além disso, estamos substituindo viagens aéreas por terrestres quando o destino for mais próximo. E isso tudo tem sido discutido para o budget de 2023″, finalizou Ana.

Aumento no Brasil e no mundo

Porém, esse quadro não é exclusivo do Brasil. Por aqui, os preços das passagens aéreas subiram, em média, 48% em um ano até setembro. Enquanto nos Estados Unidos, no mesmo período, a alta foi de 42,9%.

“É muito importante que possamos, constantemente, reforçar a relação entre a percepção de melhoria na economia (e a efetiva melhoria) e a disposição dos empresários em investir em viagens e eventos”, destacou Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP.

“Há um movimento internacional de aumento gradual das viagens de negócios, e a estabilização dos cenários internacionais e nacionais é fundamental para que os volumes aumentem. Da mesma forma, com qualquer sinal de crise, os cortes serão feitos primeiramente nas viagens”, finalizou.

Para saber mais, acesse o site oficial da ALAGEV.


EDIÇíO DO DT com agências.

Compartilhe essa matéria com quem você gosta!

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Enriqueça o Diário com o seu comentário!

Participe e leia opiniões de outros leitores.
Ao final de cada matéria, em comentários.

Matérias em destaque