Trem das nuvens comemora 50 anos agora em julho
A viagem de três horas e meia de Salta até Santo Antônio de Los Cobres leva os viajantes a um espetáculo entremeado por grandes montanhas com minerais expostos à flor da terra, um festival de cactos de todos os tamanhos e idades, lhamas pastando ao ar livre e pequenas comunidades com um artesanato autêntico.
Por Paulo Atzingen – de Santo Antônio de Los Cobres, Argentina*
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São colossais montanhas que nos acompanham até a estação do Trem das Nuvens (Tren a Las Nubes na grafia original) e o micro-ônibus com jornalistas e operadores de turismo segue o traçado da estrada definido por dois rios, o El Toro, até o povoado de Alfacitos, e o Rio das Cuevas até a linha férrea.
O Trem das Nuvens é um dos atrativos turísticos de Salta e lidera junto com um trem chinês (que liga as cidades de Pequim e Lhasa),e uma peruano (o Ferrocarril Transandino) a lista de trens que operam em maior altitude. “Nossa experiência será a 4.220 metros de altitude comparada ao nível do mar em um trajeto de 22 quilômetros que percorremos em três horas, ida e volta” adianta Mário Abalos, guia credenciado pelo governo estadual de Salta e que acompanha o grupo. Nesta viagem Mário teve o apoio das guias Jasmim Acuña e Nahir Gomez.
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Surgiu nos anos 20
A experiência vale a pena e o tempo gasto também. A parte mais emocionante – um pouco antes do trem trocar o sentido e retornar a Santo Antonio de los Cobres – é a passagem pela ponte La Polvorilla, onde o trem alcança sua altura máxima (4.220 metros acima do nível do mar) e da Mina Concordia (4.144 metros).
“O Trem surgiu nos anos 20, do século passado, mais exatamente, no dia 21 de fevereiro de 1921, com o objetivo de transportar cargas, minérios entre o porto de Buenos Aires e o Chile, objetivando o desenvolvimento das duas nações”, disse Mário ao DT. Segundo ele, a construção demorou cerca de 27 anos. “Por volta dos anos 60 iniciaram as viagens mistas, com carga e passageiros e, definitivamente em 1982, começou o transporte efetivo de passageiros”, explicou.
Viagem
O trem possui oito vagões de passageiros e tem uma programação de três vezes por semana (ou conforme demanda). Na viagem de hoje, todos os vagões estavam praticamente lotados, tamanha a popularidade do atrativo, principalmente entre argentinos. A presença de brasileiros também foi notada, considerando o voo da Aerolíneas Argentinas (non stop – Guarulhos – Salta) que foi inaugurado na última segunda-feira (4). “Hoje temos cerca de 200 pessoas nesta experiência e de acordo com a demanda chegamos a até 300 passageiros”, afirma a guia Jasmim Acuña, lembrando que eles também estão retomando, pouco a pouco as atividades, em virtude do período pandêmico global.
Operadores e jornalistas
Seis operadoras de turismo do Brasil participam dessa experiência, convidadas pelo Governo Provincial de Salta e o Instituto de Promoção Turística de Salta (Inprotur). São elas, com seus respectivos representantes: Eloisa Goda da Abreutur; Iran Morais, da Queensberry Viagens; Fernanda Almeida, da New Age; Larissa Camhaji Ejzenbaum, da La Travel Designer; Kleber de Carvalho Moreira, da ViagensPromo e Custódio Junior, da Kangaroo Tours.
Além do DIÁRIO DO TURISMO participam do presstrip, o site IG Turismo, a revista Travel3, o caderno de turismo da Folha de São Paulo, as revistas Qual Viagens e a Viagem SA.
História
Conta o guia Mário que em julho de 2014 o governo de Salta decidiu criar a empresa estatal Tren a las Nubes SFTSE para fornecer um serviço com padrões internacionais de qualidade e segurança para turistas e locais. “Em 16 de julho de 1972 foi realizada a primeira viagem turística oficial, portanto, nos próximos dias estaremos comemorando o cinquentenário do Trem das Nuvens”, comemora o profissional.
Que viagem incrivel!