DIÁRIO – A recuperação da Diária Média para 2016, previstas por vocês, se dará de que forma com esses atuais índices de inflação já preocupantes?
MANUEL GAMA – A desaceleração da economia tem influenciado a queda de REVPAR e a receita dos hotéis. Além disso, os custos de energia, de insumos e de evidentes aumentos nas cargas tributárias, como a reoneração da folha de pagamentos, exercem uma pressão nas despesas dos empreendimentos, por isso, promover o reajuste da inflação nas tarifas é necessário para se fazer frente à atual situação. O objetivo é manter um mercado saudável, em que possamos continuar a gerar empregos, distribuir renda e promover a melhor experiência para nossos hóspedes.
DIÁRIO – O que o FOHB tem feito para pressionar o governo com relação as altas cargas tributárias que oneram o segmento hoteleiro?
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MANUEL GAMA – Juntamente com os vice-presidentes, conselheiros e diretora do FOHB, tenho me reunido com autoridades do governo para sugerir medidas para o desenvolvimento do setor e geração de empregos.
Nosso último encontro foi realizado em agosto deste ano em Brasília com o Ministro do Turismo, Henrique Alves, com o senador Romero Jucá (PMDB/RR), com o Deputado Alex Manente, presidente da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados (CTUR), e com o Deputado Herculano Passos, presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Turismo.
Na ocasião, debatemos sobre a expansão, os investimentos e os desafios encontrados pela hotelaria no Brasil. Apresentamos 12 pontos que o setor considera essenciais para dar mais solidez, gerar mais empregos e, consequentemente, impactar de forma positivo no PIB brasileiro. Entre eles estavam as questões sobre a concessão de incentivos fiscais para empresas que investem na capacitação e qualificação de seus colaboradores; desoneração da folha de pagamento, mantendo a alíquota em 2% para evitar a diminuição dos postos de trabalho e diminuição dos investimentos a médio e longo prazos; e regulamentação da cobrança de direitos autorais na hotelaria.
DIÁRIO – O FOHB é a favor de novos investimentos hoteleiros em praças já saturadas? Ele interfere no sentido de coibir investimentos em cidades que já chegam à exaustão hoteleira?
MANUEL GAMA – O FOHB já vem sinalizando há algum tempo sobre a saturação de algumas praças, principalmente no período da Copa do Mundo no Brasil. Em novembro de 2014, o FOHB, juntamente com o HotelInvest e Senac São Paulo, lançou a 6ª edição do “Placar da Hotelaria”, apresentando, além do desempenho dos hotéis durante o evento, a projeção de toda a oferta hoteleira para o ano de 2015. O estudo mostrou um quadro das últimas inaugurações de empreendimentos até este ano, perseguindo o objetivo de nortear os atuais e os novos investidores da hotelaria nacional, evitando, assim, a superoferta em longo prazo nas cidades-sedes da Copa. Este material pode ser encontrado no site do FOHB: https://fohb.com.br/pesquisas-estudos/
A Hotelaria poderia é fazer parceria com fornecedores, objetivando lembrar a eles a questão do merchandising agregado, ao oferecer produtos de uma marca, estando implícito a divulgação da mesma, a exemplo dos produtos no frigobar, sabonetes, roupas de cama, etc. A questão da empregabilidade deve passar pela conscientização de empregar o quantitativo necessário: evitar o excesso de funcionários em cada hotel, porém fazendo planejamento de abertura de filiais fazendo surgir novos postos de trabalho. A mentalidade de alguns hotéis, especialmente quem está a pouco tempo no segmento, é de querer prestigiar turismo em grupo ou eventos, pela garantia de estar com 100% dos apartamentos negociados e, quando surge pedidos de reservas individuais ou pacotes como finais de ano, cobrar preços altos para garantir a manutenção da margem de lucro. Portanto, há muito a ser repensado nesta questão de preço de diária, lembrando que a cidade em que esteja localizado o hotel, póde agregar ou não valorização da diária, motivado pelo que a cidade póssa oferecer a título de lazer/entretenimento, belezas naturais, pontos turísticos. Fica a Dica e Sugestão.