O governo americano anunciou ontem a retirada dos EUA do Tratado de Céus Abertos, acordo firmado há quase três décadas com a intenção de reduzir o risco de uma guerra entre a Rússia e o Ocidente.
Dow Jones Newswires
Autoridades dos EUA devem notificar países aliadas, com aviso prévio de seis meses, da saída dos EUA do tratado, assinado em 1992, que permite aos signatários realizar voos de reconhecimento sobre territórios uns dos outros, reforçando a confiança de que nenhum ataque está sendo planejado.
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“A Rússia não aderiu ao tratado. Então, enquanto eles não aderirem, ficaremos de fora”, disse Trump ontem. “Mas há uma chance muito boa de assinarmos um novo acordo ou fazer algo para retomar esse acordo.”
Trump não deu detalhes sobre um possível novo acordo com a Rússia, mas disse que Washington e Moscou têm uma relação forte.
A decisão acontece um ano depois de Trump abandonar o Tratado sobre Armas Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), em vigor desde 1988. À época, Washington alegou que a Rússia estava violando o tratado.
Autoridades e alguns congressistas americanos há muito dizem que Moscou usa o Acordo de Céus Abertos para espionar instalações dos EUA, enquanto restringe o acesso de voos ocidentais sobre território russo. Dizem também que tecnologias de satélites comerciais fornecem aos europeus uma alternativa para se assegurarem contra risco de ataques.
Os 34 países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), outras nações europeias e ex-repúblicas soviéticas fazem parte do acordo, que entrou em vigor em 2002.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que anos do que ele classificou de violações pela Rússia enfraqueceram o acordo. A Rússia “transformou o acordo em arma ao torná-lo um instrumento de intimidação e ameaças.”. Pompeo citou a recusa do governo russo de conceder acesso a regiões separatistas que ele controla na ex-república soviética da Geórgia e na península ucraniana da Crimeia, que Moscou anexou em 2014.