Com espaço próprio na 45ª. ABAV, segmentos ganham identidade e orientam ações para especificar oferta e demanda
REDAÇÃO DT
O estande de 100 metros quadrados que será montado, dentro da área de exposição da 45ª ABAV Expo Internacional de Turismo e 48º Encontro Comercial Braztoa (27 e 29 de setembro, no Expo Center Norte (SP), na capital paulista), reflete o momento de ajuste fino da intermediação de viagens no País. A iniciativa nasce com o espaço destinado no evento para os nichos ecoturismo e aventura; LGBT; rural e de pesca esportiva.
Ney Gonçalves, vice-presidente de Turismo Especializado da ABAV Nacional, diretoria criada há um ano na entidade, destaca em entrevista ao DIÁRIO que o trabalho tem evoluído e o objetivo é valorizar o turismo especializado e, sobretudo, mensurar e traçar o perfil do negócio, através de pesquisa junto às agências espalhadas pelo Brasil. “Não contávamos com números para identificar a contento o turismo especializado”, explica Gonçalves.
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Ele assinala que o levantamento recente, realizado com a ajuda das regionais da ABAV, produziu dados extraídos do portfólio das agências que passaram a nortear as diretrizes. “Identificamos a maior demanda que desponta dentro dos segmentos, classificada por regiões brasileiras”. Com olhar atento às oportunidades que possam ainda ser pontuadas no universo da oferta de programas de viagens com esse teor, o vice-presidente da ABAV informa que, apesar da pesquisa ainda se situar na forma de plano piloto, o trabalho deverá alcançar outros nichos que já aparecem com procura igualmente em alta, a exemplo do religioso e cultural.
No que toca o turismo de luxo, que segue a mesma premissa de tratamento específico e que conta com agências com vocação para atuar na linha de frente de viagens nesse segmento, Gonçalves adianta que, na ABAV, a oferta será apresentada em separado no evento. Isso, de acordo com ele, pela particularidade que o luxo apresenta seja do lado dos fornecedores como da demanda apresentada pelas agências.
A tendência que sopra para a especialização crescente das agências acentua o papel de consultor do agente. “Ao canal ficou delegado a consultoria de viagens, conhecimento pontual do que o mercado busca e a confiabilidade e segurança da operação”, acentua Gonçalves.
Eixos
O espaço diferenciado para o turismo segmentado dentro da principal feira do setor revela a estratégia montada. Todo o empenho no sentido de destacar a especialização se baseia em 3 eixos: divulgação, comercialização e capacitação.
As informações estarão, por sua vez, interligadas, promete Gonçalves,ao adiantar que durante a próxima edição da ABAV será lançado o espaço do turismo especializado em área exclusiva dentro do site da entidade, que possibilitará a busca mais produtiva dos interessados, por região e o que cada uma tem para oferecer.
Já a rodada de negócios estará distribuída em encontros nos dois dias da feira, durante duas horas em cada um: o primeiro voltado a colocar frente a frente fornecedor e receptivo e o segundo destinado a aproximar o receptivo das operadoras nacionais e internacionais.
E a comercialização conta, segundo o vice-presidente da ABAV com a chancela das entidades de cada segmento, rótulo institucional que nessa primeira experiência terá como parceiras a Abeta (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura); ABTLGBT (Associação Brasileira de Turismo LGBT); Anepe (Associação Nacional de Ecologia e Pesca Esportiva) e o Idestur (Instituto de Desenvolvimento do Turismo Rural). Mas, a lição de casa será feita na esfera da base das agências para, sintetiza Gonçalves, “saber para quais os destinos os agentes precisariam receber capacitação visando vendas.
Parcerias
Na seara da capacitação, Gonçalves adianta que estão em busca de parcerias, a começar pelo ICCABAV – Instituto de Capacitação e Certificação da ABAV Nacional, .o braço formativo da entidade, Ministério do Turismo e SEBRAE. “Incluímos nesse universo de suporte à formação os multiplicadores de conhecimento das localidades– sempre com víeis de vendas.
Após encontrar a amostra de 260 agências com perfil associado ao turismo especializado no País, a conclusão, no entender do vice-presidente da entidade, é a de que “esse nicho atingiu uma forma madura pela demanda, mas atuam de modo isolado no mercado nacional”. No exterior, o esforço, segundo ele, é reverter o quadro porque há um consumidor de viagens carentes de informações acerca da oferta brasileira. “Hoje a promoção internacional precisa ser melhor articulada para chegar ao viajante potencialmente interessado nos segmentos”.
(Cecília Cardial)