A Letônia, país da região do Báltico, no norte da Europa, manteve a crença que não seria possível produzir uva e vinho fora das faixas de latitudes entre 27-48 no sul e ao norte entre 28-50. Essa definição não considerava outras características, como a altitude por exemplo.
Por muito temo a Letônia manteve o título de vinhedo mais setentrional do mundo, situado exatamente no paralelo 57 norte, onde temperaturas chegam a -27ºC, no entanto, esse recorde foi superado pelo vinhedo Lerkekasa perto de Gvarv, na Noruega, plantado em 2008, ele se tornou o vinhedo mais ao norte do mundo, a uma incrível latitude de 59,3 graus, é o que agora figura no Guiness Book.
A Letônia é mais famosa pela sua vodca e pelos seus vinhos de frutas, um verdadeiro caleidoscópio de aromas.
A OIV-Organização Internacional da Vinha e do Vinho, com sede em Paris, parece concordar. Alejandro Fuentes Espinosa, chefe de viticultura da OIV, disse à ABC News que o mapa do mundo do vinho está passando por uma mudança dramática.
“À medida que as temperaturas médias globais aumentam“, disse ele, “as melhores terras para plantar um vinhedo estão se afastando do equador e entrando no hemisfério norte e descendo para o hemisfério sul“.
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Bob Van Oort, pesquisador sênior do Centro de Pesquisa Climática Internacional, disse à ABC News: “As temperaturas médias mais altas e as vinhas novas, inovadoras e resistentes ao frio estão ajudando a impulsionar a produção de vinho na Noruega, um raro resultado positivo da mudança climática“.
Na cidade chinesa de Harbin, conhecida por suas estátuas de gelo e onde deve haver muita mão-de-obra, eles soterram todo ano as videiras para que suportem a temperatura mínima de -40ºC.
*Werner Schumacher, é o alemão brasileiro que na década de 80 e 90 do século passado trouxe os insumos da Europa para o início da vinicultura no Rio Grande do Sul, e portanto, no Brasil.
Sem meias palavras, Werner durante o último ano escreveu sobre inúmeros assuntos do universo do vinho. Defendeu a viticultura heroica de montanha, ficou do lado dos pequenos produtores de uva e vinho do Rio Grande do Sul, enalteceu a importância do enólogo em uma propriedade que produz vinho. Além de tudo isso, e com muita classe, critica os marqueteiros que tentam desmistificar o mundo do vinho com seus produtos padronizados e sem caráter.