E as empresas do turismo, hotelaria e transportes são as mais afetadas.
Por Marcelo Vianna*
Segundo primeiros resultados divulgados pela Serasa Experian, houve uma aceleração substancial dos pedidos de recuperação judicial em janeiro e fevereiro de 2021, em grande parte promovidos por micro e pequenas empresas, principalmente do setor do turismo, hotelaria e transportes.
Ao que tudo indica, houve um grande represamento de pedidos de recuperação judicial em 2020, fruto da renegociação amigável de dívidas cujos respectivos vencimentos coincidiram com o agravamento da crise da COVID-19 em 2021, sendo que, atualmente, os credores não têm a mesma disposição e fôlego para renegociar.
Segundo profissionais da área, o número de recuperações judiciais em 2021 deverá alcançar, ou mesmo superar, o patamar alcançado em 2016, período de grande crise econômica.
O cenário é sem dúvida preocupante. Apesar de o pedido de recuperação judicial (é sempre oportuno destacar) não significar falência da empresa, o fato é que sinaliza um problema econômico-financeiro grave que, se não solucionado, poderá acarretar sim a quebra da empresa (como ocorre muitas vezes).
Portanto, mais do que nunca, a situação exigirá do empresariado em geral ainda mais atenção às boas práticas empresariais, em especial no que se refere à gestão jurídico-financeira de sua operação na renegociação de suas dívidas.
* Marcelo Vianna é advogado empresarial, sócio do escritório Vianna, Burke e Oliveira Franco (www.veof.com.br). Para maiores informações a respeito do texto acima, está disponível pelo e-mail marcelo@veof.com.br