Bayard Boiteux, do site Consultoria em Turismo, apresenta pesquisa com turistas no Rio

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Em uma pesquisa realizada com turistas internacionais no Rio de Janeiro entre os dias 27 de dezembro e 1º de janeiro e coordenada por Bayard Boiteux, fundador do site Consultoria em Turismo, chamam a atenção dados como a intenção do turista em voltar ao destino (93% pretendem retornar à Cidade Maravilhosa) e a insatisfação com a relação entre os preços praticados e os serviços prestados (40% dos entrevistados apontaram os preços exorbitantes como ponto negativo na cidade). O DIÁRIO falou com Boiteux sobre os resultados:

DIÁRIO – Você já tem uma longa experiência com pesquisas no Rio de Janeiro. O que mais chamou a atenção nessa nova abordagem?

BAYARD BOITEUX – Sempre nos deixa feliz uma manifestação de 93% dos turistas que querem retornar ao Rio de Janeiro, posteriormente. Nos pontos positivos, é importante que eles tenham identificado a segurança nas áreas turísticas que melhorou e que a informação turística melhorou também. No passado, eles (turistas) sempre reclamavam da informação turística.

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Nos últimos tempos a gente têm sentido que a prefeitura tem criado um maior número de postos de informação turística na cidade. Isso, sem dúvida alguma, melhorou bem, porque a maior parte dos turistas vêm por conta própria e normalmente precisam da informação turística, precisam desses postos. Então, foi bom a prefeitura ter investido nos postos e que eles (turistas) tenham percebido que a segurança turística melhorou.

Foi bom também a percepção da organização do réveillon. Para nós, enquanto cariocas não é tão organizado assim, mas para eles, o fato de eles identificarem isso é uma coisa muito importante.

DIÁRIO – Bayard, o problema do trânsito continua, apareceu na pesquisa?

BAYARD BOITEUX – Continua. O trânsito está caótico. A cidade está com muitas obras e elas foram feitas todas ao mesmo tempo. Isso tem um grande impacto no turismo. Os turistas têm, por exemplo, ficado o dobro do tempo em um city tour ou um traslado do aeroporto. Isso tem tido impacto na atividade turística, apesar de a pesquisa não falar sobre isso.

Quando os turistas apontaram os pontos negativos, falaram sobre o calor e principalmente mais reclamaram dos preços, acharam que os preços da cidade são exorbitantes. Os preços são exorbitantes para a qualidade dos serviços. Se for um preço alto para um serviço de alta qualidade, você poderia até entender isso. Existem destinos turísticos que são muito caros. Mas essa qualidade nós ainda não temos.

DIÁRIO – O brasileiro – em geral – tem o hábito de achar que o turista está no fim do arco iris e quer faturar o máximo com ele no menor espaço de tempo. Como você avalia esse comportamento cultural do prestador de serviço?

BAYARD BOITEUX – Hoje, o que acontece é o seguinte: o turista viaja pelo mundo inteiro e tem acesso à internet e às redes sociais, então, antes de chegar aqui, ele já tem uma noção básica dos preços que serão cobrados. Então, quando ele vê que esses preços são superfaturados, ele vê que isso está errado. Uma das reclamações dos turistas, além dos preços, é a sinalização turística, tem uma coisa que a cidade precisa melhorar urgentemente: a sinalização. A cidade avançou muito na informação turística, não avançou na sinalização. Temos uma cidade que ainda não está bem sinalizada. Quando temos um contingente de turistas que vêm por conta própria, eles precisam encontrar uma cidade bem sinalizada.

Outra reclamação é dos taxistas. Precisamos encontrar uma forma para que os taxistas não se aproveitem dos turistas. Não que isso seja uma coisa generalizada, mas eles reclamaram de alguns exemplos pontuais. Eu acho que nós podemos resolver isso como todos os aeroportos e rodoviárias no mundo resolveram: quando um turista chega e se dirige a um ponto de taxi, você entrega a ele um folheto com os preços das principais corridas e diz que aquele é um preço médio. O turista sabe o quanto vai pagar. Se o folheto disser que a corrida custa R$ 40 e ele pagar R$ 50, ele entenderá que é por força do trânsito ou algum problema, mas se ele verificar que o preço é R$ 40 e ele pagar R$ 100, ele estará se dando conta de que está sendo lesado.

Veja a pesquisa:

Pesquisa realizada com 1000 turistas estrangeiros que visitavam o Rio  de 27 de dezembro a 01 de janeiro, coordenada pelo prof. Bayard Boiteux, fundador do Site Consultoria em Turismo, com o apoio da Fundação CesgranRio. O estudo foi realizado nos bairros, Centro, Flamengo, Botafogo, Copacabana, Ipanema, Leblon, Curicica, São Conrado e Barra:

 

 

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