Em entrevista exclusiva ao jornal Diário do Turismo, anfitrião e gerente da 58ª Equipotel faz um balanço da feira
POR ZAQUEU RODRIGUES E MARY ELLEN AQUINO
Uma das principais vitrines do mercado de hospitalidade da América Latina, a 58ª Equipotel chega ao fim nesta quinta-feira (25) com o sentimento de vitória. “Graças a Deus conseguimos entregar um grande evento”, comemora o gerente da 58ª Equipotel Daniel Pereira, que assumiu a feira em um dos momentos mais difíceis para o setor de eventos.
Para Daniel, a Equipotel evidencia o quanto os meios de hospedagem são relevantes para a economia brasileira. A edição deste ano, que aconteceu de 22 a 25 de novembro no São Paulo Expo, reuniu mais de 250 marcas expositoras, mais de 120 palestrantes e 240 horas de conteúdos distribuídos em diferentes espaços de conhecimento espalhado pelo pavilhão.
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“Hoje estamos fechando o quarto e último dia do evento e já preparando a edição de 2022 com números muito positivos. É importante ressaltar que até a data de ontem, 24 de novembro, já tivemos 12 mil visitantes passando pelo evento. É um número que está em média com a última edição presencial que tivemos em 2019. Nesta quinta-feira (25), último dia, esperamos mais cerca de 2 a 3 mil pessoas. De fato, é um número muito expressivo para o momento que a gente tem vivido”, disse ele.
A seguir, nesta entrevista exclusiva ao jornal Diário do Turismo, o Daniel Pereira fala sobre as mudanças desta edição, aborda temas como diversidade e sustentabilidade, aponta o papel das feiras de agora em diante e faz uma análise desta 58ª Equipotel. Ele já adianta que “até a data de ontem foram gerados quase R$ 30 milhões em negócios”.
Já é possível mensurar os negócios gerados nesta 58ª Equipotel?
Daniel Pereira: A feira é um ambiente fundamental para que as oportunidades apareçam e os negócios sejam gerados. Como o mercado ficou parado por quase dois anos, a 58ª Equipotel traz um número muito relevante no sentido de negócios. Até a data de ontem foram gerados quase R$ 30 milhões de reais em negócios, sem contar as expectativas dos expositores para este último dia. São, de fato, pedidos efetivos. As rodadas de negócios do FOHB geraram uma média de R$ 500 mil reais em quase quatro horas. Isso é para a gente entender o quanto o mercado estava precisando desse encontro, principalmente entre comprador e fornecedor. A Equipotel conseguiu abraçar isso muito bem.
A feira voltou a ser presencial este ano. Qual é o sentimento que sobressai neste momento?
Daniel Pereira: Era para a edição de 2020 ter acontecido, mas a pandemia impediu. Fomos para 2021 numa data que também não era das melhores, mas conseguimos entregar o evento em novembro. É um mês que a gente entende que não é o melhor para a hotelaria, mas enxergamos aqui, neste momento de realização da Equipotel, que o mercado precisava se reencontrar e que os fornecedores precisavam se reconectar. A Equipotel está passando esse recado para todo mundo e mostra que é uma marca forte.
Os expositores estão muito empolgados com o que viram. A gente, como organizador, está muito empolgado com o que viu e já estamos pensando em uma edição muito mais forte para 2022. A gente sabe que uma feria é contato face to face, a relação entre o comprador e o fornecedor. Sabemos que o digital veio para somar. Isso é fato, mas sabemos que o mais importante é que, quando se faz uma Equipotel presencial, com mais de 15 mil pessoas circulando, a gente entende que a relação face to face, a relação aperto de mão ainda é muito forte.
Como foi realizar uma edição redesenhada pelos protocolos de segurança?
Daniel Pereira: Nesta edição o evento trouxe a segurança necessária para todo mundo, tanto para o expositor, para o visitante e para a toda a equipe que trabalha no evento. É importante ressaltar isso, pois são mais de 3 mil pessoas trabalhando diretamente para o evento e estão seguras. Todos estão respeitando as regras de segurança do evento. A Equipotel segue as leis obrigatórias do estado de São Paulo e isso fez com que todos se adaptassem nesse cenário que foi muito diferente de 2019.
O papel das feiras está mudando?
Daniel Pereira: O mercado de eventos é muito forte. É um mercado que movimenta muito mais do que negócios. Ele movimenta emoções, movimenta sensações nas pessoas. E o mais importante disso é que as feiras, a partir de agora, passam a se reinventar. A Equipotel passa por uma reinvenção. A gente está entrando em uma nova década de infinitas possibilidades e a gente começa juntar um pouco o que é o negócio físico e o que é o negócio digital com as necessidades das empresas. Não adianta a gente fazer eventos só para nós. Nós temos que fazer eventos para o nosso público. Eu acho que as feiras passaram a assimilar isso da melhor forma possível.
Como a diversidade e a inclusão estão presentes na feira?
Daniel Pereira: É um tema muito importante. Como organizadores, somos uma empresa gptw (great place to work). É um fator preponderante para os nossos eventos ter essa temática envolvida. Não que isso seja uma obrigatoriedade, mas nós fazemos porque é necessário. A Equipotel é uma feira de inclusão, de diversidade. Temos, da nossa entrada até a nossa direção, esse sentimento de inclusão e diversidade. Trabalhamos com algumas associações que disponibilizam seus associados para participar do evento. Isso é uma forma muito boa de inclusão. Dentro do nosso time a gente também tem uma capacidade muito grande de, cada vez mais, espalhar isso. Quando mais a gente espalha, mais a gente cria relevância dentro das companhias.
Como a sustentabilidade esteve presente na 58ª Equipotel e como você vê o tema nas feiras?
Daniel Pereira: A sustentabilidade na feira é dividida entre a gente, que organiza, e os expositores. Os materiais usados na feira são todos reciclados, principalmente madeira e plástico. Nós temos um sistema de coleta muito importante e feito por empresas capacitadas, sem contar o ambiente da feira, que conta com lixeiras com descartáveis. Isso faz muito com que o nosso time seja conduzido a esse processo. É um tema muito forte que a Equipotel e todas as feiras da RX Brasil vão começar a adotar a partir de agora.
O conteúdo foi ampliado nesta 58ª Equipotel. Ele tende a ganhar mais espaço nas feiras?
Daniel Pereira: Neste ano a Equipotel investiu muito em espaços de conteúdo. São sete espaços de conteúdo totalmente exclusivos e nunca visto anteriormente na feira. São áreas como o auditório da hospitalidade, trazendo simultaneamente dois eventos de conteúdo fortíssimos, o Fórum Brasileiro das Governantas e o Hostel Hour, dois eventos que estão movimentando muito conteúdo importante… Durante esses três dias de feira já passaram mais de 120 profissionais capacitados e técnicos para falar das experiências e de como eles se superaram nessa pandemia. Sem contar os eventos paralelos de experiência como o Motel Xperience, evento organizado pela ABMotéis, associação muito parceria da Equipotel; o BCB Experience, que é uma arena de conteúdo misturada com uma área de experiência e coquetelaria, que é fundamental para os meios de hospedagem. Na verdade, isso só enriqueceu e trouxe cada vez mais qualidade ao visitante da 58ª Equipotel.
Qual é a análise geral que faz da 58ª Equipotel?
Daniel Pereira: A gente está no último dia e ainda tem muita coisa para acontecer. A Equipotel é uma feira que surpreendeu a nós, como organizadores, e todos os expositores e visitantes. Até o momento, e sem demagogia, eu não encontrei uma pessoa que está falando mal. Muito pelo contrário. Todos estão gostando. Já estamos com 50% de adesão para a próxima edição. Em 2022 a gente vai ter um evento muito maior do que o de 2021. A Equipotel é um evento que continua com seus processos de segurança, com seus protocolos, que vieram para somar dentro dos eventos. Em 2022 teremos uma Equipotel que completará 59 anos. Ela segue rumos aos 60 anos cada vez mais forte, relevante e com mais oportunidades de negócios para todos.