As companhias aéreas dos Estados Unidos estão voltando à lucratividade mais rapidamente do que suas congêneres europeias graças à generosa ajuda do governo, às dimensões muito maiores de seu mercado interno e a uma campanha de vacinação relativamente acelerada.
Por Claire Bushey e Philip Georgiadis – Financial Times
Três em cada quatro grandes companhias aéreas dos EUA registraram lucro no segundo trimestre. A United Airlines, que ainda teve prejuízo trimestral, prevê voltar ao azul no segundo semestre.
A rápida recuperação contrasta com a situação na Europa, onde as empresas aéreas acumularam perdas recordes na pandemia diante do colapso da demanda por voos.
O economista Dan Akins, da Flightpath Economics, disse que as companhias americanas puderam voar “muito mais” em seu mercado interno, enquanto as europeias tiveram de enfrentar “problemas ligados a fronteiras internacionais.
O setor aéreo americano também se beneficiou de bilhões de dólares de apoio governamental, enquanto muitas empresas aéreas europeias não receberam ajuda dirigida para além das medidas voltadas para a economia em geral.
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Doug Parker, CEO da American Airlines, disse na quinta-feira que a mescla de subsídios e empréstimos a juros baixos disponibilizados ao setor de aviação tinha sido “um sucesso esmagador”.
O assim chamado programa de apoio à folha de pagamento (PSP, nas iniciais em inglês) permitiu que as companhias aéreas conseguissem manter mais trabalhadores empregados na pandemia, o que contribuiu para que acrescentassem capacidade adicional rapidamente com a volta da demanda.
“Não fosse o PSP, não veríamos companhias aéreas tentando crescer, como estamos, 45% em um trimestre”, disse ele. “Veríamos companhias aéreas fechando.”
Ed Bastian, CEO da Delta Air Lines, disse neste mês que a volta dos viajantes americanos foi um tributo aos cientistas que desenvolveram as vacinas e que os imunizantes acabariam “sendo as chaves que abririam o mundo”.
A Delta lucrou US$ 652 milhões no segundo trimestre, seguida por US$ 348 milhões da Southwest Airlines, e por US$ 19 milhões da American Airlines.
United divulgou um prejuízo líquido de US$ 434 milhões, mas disse que, com a sólida demanda, gerará lucro antes dos impostos no segundo semestre do ano. “Nós não apenas vemos luz no fim do túnel; estamos saindo do túnel”, disse Scott Kirby, seu CEO.
Em contrapartida, as companhias europeias foram engessadas por mercados internos pequenos e rígidas restrições a viagens. Na semana passada, a EasyJet anunciou um prejuízo trimestral antes dos impostos de 318 milhões de libras.