Por Paulo Atzingen, de Soure (PA)
Por trás de toda empresa, Ong, instituições públicas e afins, existe um corpo técnico que, como em uma viagem aérea, controla, executa e planeja a rota do voo. Conceição Silva da Silva, diretora de Produtos Turísticos da Secretaria de Estado de Turismo do Pará (Setur), dirige este corpo técnico e tem sob sua responsabilidade decisões que, segundo ela mesma afirmou ao DIÁRIO, “podem alegrar e aborrecer empresas e pessoas potencialmente parceiras. Somos responsáveis por avaliar projetos de promoção para o Pará. Esses projetos precisam ter uma linha que siga as diretrizes do Plano Estratégico de Turismo do Pará (Plano Ver-o-Pará), além de serem viáveis, eles sempre serão avaliados quanto aos seus resultados e os interesses do estado e as metas do Plano Ver-o-Pará sempre prevalecerão”, disse em entrevista exclusiva ao DT.
De acordo com a técnica, o Plano Ver-o-Pará especificadamente para a sua secretaria, obedece algumas diretrizes gerais, centradas no avanço de melhorias nas seis regiões turísticas: Belém, Marajó, Tapajós, Amazônia Atlântica, Araguaia Tocantins e Xingu, com prioridade de promoção internacional para os três pólos turísticos mais estruturados: Belém, Marajó e Tapajós, que hoje oferecem o roteiro Pará: A Obra-Prima da Amazônia em 8 dias e 7 noites. Essas diretrizes são melhorias na finalidade dos acessos, preservação ambiental e cultural e promoção internacional.
Estado Sucateado
Além desse plano mais geral, Conceição acrescenta que seu grupo de trabalho também desenvolveu entre os anos de 2011 e 2014 o Plano Avança Pará, focado na qualificação empresarial e infraestrutural com meta de implantar 74 projetos. “Naquele ano (2011), recebemos o estado sucateado. O turismo paraense perdeu muito com isso, tanto que com a criação da SETUR, nossa missão agora é trabalharmos para um Estado, e não para um governo”, afirma Conceição.
Informa a diretora que até 2014, dos 74 projetos, 70% deles foram implantados. “Conseguimos manter um equilíbrio entre demanda e receita, com um crescimento entre 5% e 10% em número de visitantes no Pará. Em 2014 ultrapassamos a meta de 1 milhão de visitantes”, comemora Conceição. Esse número só corresponde a turistas nacionais e internacionais desembarcados em aeroportos paraenses, em especial (90%) no Aeroporto Internacional de Belém, o Val de Cães.
Futuro e Investimentos
Junto a sua equipe, Conceição fará uma releitura do que já foi executado (faltam 30% das metas Avança-Pará) e o plano entrará em uma nova fase entre 2016 e 2020.
Com recursos provenientes do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) – (um empréstimo em torno de R$ 44 milhões), os pólos Marajó, Tapajós e Belém serão contemplados.
“Já definimos prioridades na maneira que esses recursos serão implantados. 52% desse valor será direcionado à infraestrutura e transporte do Marajó, o restante dividido entre Belém e Tapajós”.
Segundo Conceição, tanto Belém, Tapajós e Marajó são destinos já conhecidos globalmente, oferecem produtos diferenciados e têm procura garantida tanto de turistas nacionais quanto internacionais. “Um dos nossos objetivos é aumentar o número de turistas nesses polos, lembrando, no entanto, que tanto Tapajós quanto Marajó possuem ecossistemas frágeis e não é interessante o turismo de massas”, adiantou a diretora.