Considerações sobre o feriado de 7 de Setembro 

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Bayard Do Coutto Boiteux*


Embora questionável em alguns aspectos, a retomada do turismo durante a pandemia é hoje uma realidade. Devagar e teoricamente dentro de rígidos protocolos de segurança, algumas cidades vão tentando acolher novamente visitantes. Tal retomada acaba também fazendo com que a população local há quase 7 meses trancada em casa em muitos casos se aventure para pequenas escapadas .

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O último feriado de Sete de Setembro  foi sem dúvida alguma um primeiro momento para testar os mecanismos adotados e devo confessar que foi muito preocupante o que vimos em várias cidades do  Brasil e que merece, na minha humilde opinião ser repensado e reestruturado para evitar tantos equívocos.

Quero, no entanto falar especificamente do Rio de Janeiro. Para começar, devo confessar que são tantos protocolos de segurança turística adotados e preconizados que acabam confundindo a cabeça dos prestadores de serviços turísticos e do próprio turista ou excursionista. Vi com espanto que algumas empresas de turismo e de hotelaria divulgavam que estavam adotando vários protocolos. Será possível? Acredito ser difícil e que tal informação pode tranquilizar em excesso o consumidor, que acaba não tomando as precauções necessárias. Vimos, com pesar, uma situação em muitos casos contraproducente, a começar por filas enormes nos atrativos turísticos, sem distanciamento e com várias pessoas sem máscara. Aliás, a máscara embora obrigatória no Rio tem virado um acessório ou utilizada de forma incorreta.  As praias, cuja permanência nas areias é proibida se transformaram em grandes aglomerações como se estivéssemos vivendo tempos normais. Os quiosques pareciam sediar pequenos eventos de confraternização e alguns restaurantes aumentaram o número de mesas nas calçadas. Ônibus estacionados irregularmente na orla foram muitas vezes operados sem agência, sem responsável ou seja excursões piratas.

São alguns exemplos que trago para discutir procedimentos de operação e sobretudo a necessidade efetiva de fiscalização, por parte das autoridades, cuja função é preservar vidas. Para minha surpresa mais uma vez, ao postar em redes sociais tais fatos, de forma educada como sempre faço mas com uma vontade muito grande de educar, vi com espanto que alguns diziam se tratar de montagem de fotos ou notícias falsas para prejudicar a pseudo retomada e outros, ainda que pré candidatos simplesmente se omitiram em comentar. Não sou contra a tentativa de tentar um recomeço para o turismo mas há uma palavra que não pode escapar: Ética. E ler com atenção o código de Ética Mundial do Turismo da OMT, que já repeti inúmeras vezes em meus textos e minhas apresentações .

Por outro lado, a população local saiu também para as ruas, o que dificultou um entendimento real do turismo e do lazer. Hoje, o cidadão mais consciente sabe que todos somos fiscais da humanidade e devemos zelar pelo bem estar da mesma, apelando para o bom senso daqueles que acintosamente  vivem em mundos paralelos com pagodes, discotecas e querem a todo custo uma retomada sem esquecer que vidas importam muito mais.

São algumas considerações que me permito fazer, lembrando sempre que o exemplo vem de cima  e daqueles que governam o país e que deveriam dar o exemplo com os recursos públicos da pandemia ,o que não parece ser realidade. E um momento de muita cautela com qualquer processo de flexibilização  e de preocupação diária com tudo que nos rodeia, antes de termos uma vacina .

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