quarta-feira, abril 9, 2025
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Crise sanitária e insanidade! – EDITORIAL

CONSELHO EDITORIAL DO DIÁRIO

Por mais boa vontade que tenhamos, no esforço de enxergar alguma pertinência nas ações (e reações) do atual Governo Federal (leia-se JB), desde a eclosão da pandemia C-19, o resultado é desalentador.

Queimamos fosfato, consultamos oráculos, buscamos o fio da meada… mas nada! Há, na verdade, uma carência irremediável de lógica. De desejo objetivo, por parte do governo JB, de abraçar o resto do mundo na direção de soluções comuns. Afinal, o C-19 é multinacional e planetário.

Desde o início, o governo JB arrostou a ciência. Desprezou profissionais balizados, que anteviram, lá atrás, o desastre anunciado, que hoje se confirma. Economizemos palavras: JB chamou a C-19 de “gripezinha”… e sempre ridicularizou os cuidados sanitários básicos.

Passaram-se meses, sucederam-se ministros da saúde, recrudesceram-se rusgas da pior politicagem entre JB e o governo de São Paulo. O noticiário registrou inúmeras manifestações de JB em que desdenhou a Coronavac Butantan. Criou, inclusive, problemas diplomáticos com a China. Não bastasse isso, também fez (e ainda faz) a apologia da cloroquina… sabe-se lá a motivação real.

Da gripezinha ao engripamento – tragamos a reflexão para o aqui e agora. O desconcerto do governo JB jogou o país na contramão. Paralisou o ritmo da esperança. Travou e retardou, de forma irremediável, o compasso do Brasil em relação ao resto do mundo. Conseguiu, especialmente no âmbito da indústria turística, tornar o país um case lamentável de insucesso.

Em matéria de economia do turismo, a vesguice produziu um voo cego. Que país mundo afora vai receber brasileiros sem antes comprovar que estejam vacinados? Pior que isso: quem garante que nos livraremos, tão cedo, do estigma de incubadores de cepas coronárias mutantes? Quem vai se animar a trazer seus dólares para gastar em um país    marcado pela infecção?

É, mais uma vez, desalentador. Enquanto JB pensa a economia doméstica à base de preceitos rasos, ruins e de medidas de inspiração kamikase, o mundo lá fora se adianta na vacinação. Hoje, os EUA contabilizam 70 milhões de vacinados. No comando daquela nação, Joe Biden, eleito em plena pandemia e que dá mostras ao mundo de que liderar não se confunde com chefiar.

Sem qualquer comparação grosseira, atentemos para o socorro anunciado, esta semana, pelo governo norte-americano, às companhias aéreas e aeroportos do país, num total de US$ 22 bilhões. Notícia foi veiculada pelo DT em 16/03/21 e deixa claro que Tio Sam, sob Joe Biden, não é dado a rasgar dinheiro. E sabe da importância estratégica da economia do turismo.

Enquanto isso…

A chamada Sociedade Civil Organizada, que se aglutina em torno de diversas entidades setoriais e reúne lideranças que fazem a roda da economia girar, tem se manifestado, criticamente, quanto à qualidade da governança do país no enfrentamento da pandemia.

A título de exemplo, citemos o Movimento Reformar para Mudar, composto por 34 entidades lideradas pelo Secovi e que representam 45% do PIB do país; Unidos pela Vacina, iniciativa capitaneada pela empresária Luíza Trajano; Movimento Supera Turismo Brasil, coliderado por empresas e empreendedores do trade turístico; a FBHA – Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação – entidade responsável pela coordenação sindical nacional de hotéis, restaurantes, bares e similares estabelecidos no Brasil. Ela mesma sustenta que a ausência de fiscalização nas cidades, para impedir aglomerações, inclusive nos transportes urbanos, é gritante.

Diz mais: a inércia na aquisição de imunizantes e insumos para fabricação de vacinas, por questões políticas; a falta de padronização e segurança jurídica nas medidas sanitárias preventivas; e o desdém na gestão da coisa pública, mediante o sucateamento dos recursos hospitalares e de saúde postos à disposição da população são os únicos responsáveis por essa nova crise pandêmica.

Fazemos coro com essas entidades e movimentos! É injusto e descabido o setor público transferir o ônus para a iniciativa privada. Clamamos por socorro para os hotéis, os restaurantes, bares e similares, agências de viagem, empresas que sustentam esse país com impostos e que foram iludidas com linhas de crédito inacessíveis!

Que em seu devido tempo os crimes de responsabilidade sejam imputados aos verdadeiros culpados dessa crise sanitária insana!

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