Sem o devido contexto, dizer ‘mil anos em dois’ soa como charada. Ou, quem sabe, mais um slogan medíocre, desses que abundam em campanhas eleitorais de extração populista. Naturalmente, não é essa a pegada da reflexão que se esboça, em editorial do DIÁRIO DO TURISMO.
CONSELHO EDITORIAL DO DT
Na história do Ocidente, a Idade Média ou período medieval estende-se do século V ao XV. Vai da queda do império romano à transição para a Idade Moderna. São mil anos marcados pelo obscurantismo, com forte sotaque fundamentalista. E as doenças proliferavam, por conta do desconhecimento.
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A compreensão inicial das infecções veio pra valer em 1348, com o estouro da Peste Negra, na Europa. Foi uma dura lição: em apenas dois anos, morreu de peste um quarto da população do continente, estimada em 102 milhões de habitantes.
À época, acreditava-se que até o olhar de um doente podia contaminar alguém. E havia a crença generalizada de que se tratava de castigo vindo dos céus. Ou seria, em verdade, dos infernos? O fato é que essa digressão histórica encontra ressonância hoje, quando o ‘castigo’ é o contemporâneo C-19.
Logo viria o Renascimento – um movimento cultural, econômico e político, surgido na Itália no século XIV e se estendeu até o século XVII por toda a Europa. Inspirado nos valores da antiguidade clássica e gerado pelas modificações econômicas, o Renascimento reformulou a vida medieval e deu início à Idade Moderna. E assim se rompeu o longo domínio das trevas.
De volta para o presente
Feita a analogia, desembarquemos no século XXI, em março de 2020. Mais que qualquer outro segmento econômico, o turismo viu-se paralisado, de supetão. No escuro e sem vacina, o direito sagrado de ir e vir entrou em colapso. Confinamento, Isolamento social, home-office e medo generalizado formavam um cenário de incertezas.
De pronto, a ciência entrou em ação. A contaminação e mortes vieram em ondas, mundo afora. Flexibilizações prematuras mostraram-se desastrosas, porque o único remédio era abolir contato com pessoas. E isso, claro, atingia de morte a atividade turística.
Com rapidez inusitada, turbinada pela tecnologia digital e recursos de inteligência artificial, os laboratórios deram à luz as primeiras vacinas contra a C-19. Mesmo o Brasil, sob a postura negacionista do status quo federal em relação à gravidade da pandemia, contou com a competência e seriedade da comunidade médica e científica. Destaque para o pioneirismo do Instituto Butantã.
Renascimento do turismo
Instalou-se a convicção de que imunização massiva da população, somada à orientação dos protocolos sanitários, levaria à retomada gradual. Mudou o ânimo dos players do turismo e reacendeu o desejo de viajar. Inicialmente, as viagens domésticas, inspiradas na percepção de que o Brasil tem destinos encantadores, à espera de brasileiros acostumados a viagens ao exterior.
Pouco a pouco, o Diário do Turismo voltou a viajar, para reportar aos leitores o novo jeito de se produzir eventos e, também, de se comportar enquanto turista. Um aprendizado formidável, onde o olhar do repórter-viajante tornou-se mais arguto e apurado. Aproveitamento máximo de cada deslocamento, exploração de aspectos e detalhes até então ignorados ou pouco valorizados.
Em resumo: o DT passou a exercitar um novo modo de fazer jornalismo de turismo, para construir a própria retomada. Na agenda, coube até a primeira viagem ao exterior após a fase aguda da pandemia, para cobertura do 45º Tianguis Turístico, em Mérida, Yucatán, México.
Tianguis
O fundador e publisher do DT, Paulo Atzingen, deu conta de que o evento, em solo mexicano, teve abertura emblemática, em 17/11/2021. A manchete sintetiza: Abertura de Tianguis revoluciona e emociona com pessoas especiais representando os estados do México. Cada uma das 32 pessoas personificavam um estado e a capital do país. Ficou clara a posição mexicana, em defesa de mais inserção, maior participação social e com os direitos constitucionais respeitados.
ABAV Expo & Collab, em Fortaleza
De 6 a 8 de outubro, edição deste ano inspirou-se no tema Turismo em Transformação. A cobertura do DT revelou o sucesso da maior feira de turismo da AL, realizado no Centro de Eventos do Ceará. Evento reuniu cerca de 200 expositores e quase 11 mil visitantes inscritos. Cumpriram-se todos os protocolos de biossegurança, no retorno responsável da realização de grandes eventos corporativos no Ceará. Um exemplo notável de protagonismo na retomada turística.
33º Festuris
O editor-adjunto do DT, Zaqueu Rodrigues, pilotou a cobertura do tradicional evento, realizado entre 4 e 7 de novembro, em Gramado (RS). Tematizado em A Era da Transformação, a evolução da marca do evento modificou o cenário turístico e de negócios no Sul do Brasil. A 33ª edição reuniu estandes próprios de 16 estados, das cinco regiões brasileiras. Outros estados participaram integrados ao estande do Ministério do Turismo.
Festival das Cataratas
A 16ª edição do Festival das Cataratas, principal feira de Turismo do Paraná, rola em Foz do Iguaçu de 01 a 03 de dezembro de 2021. Foco especial: geração de negócios, em meio a atividades intensas voltadas para a concretização de parcerias. Conectar negócios, turismo e pessoas.
Batizado de “Startup Go! Call to Tour”, o espaço de inovação do Festival das Cataratas já é sucesso antecipado, com o recebimento de 30 propostas de soluções inovadoras aplicadas aos mercados do turismo, tecnologia e meio ambiente. Mais uma vez, presença do DT, nessa passagem heroica do idade Média pandêmica para a esperança do Renascimento do turismo.
O que vocês chamam de negacionista poderia ser traduzido por: precaução, cuidados com a população, preocupação e ainda responsabilidade, haja vista vacinas precisarem de tempo
para pesquisas. Fase I, fase II e ainda fase III para que a Anvisa, FDA entre outros pudessem avalizar as mesmas porque não se sabia sobre o vírus, sobre medicação etc etc, etc.
Para se falar em negacionismo o digníssimo jornalista deveria se aprofundar no assunto vacinas ao invés de publicar sua ideologia pessoal.
E o digníssimo leitor poderia acompanhar mais o DIÁRIO DO TURISMO. veja nosso editorial publicado em abril deste ano. Não mudamos nada. Mas se for preciso voltar atrás e reconhecer nossos erros voltaríamos. A questão é que há muito orgulho e dificuldade de se reconhecer o erro. Acreditamos na Ciência e ponto. Não simplifique com ideologia. atenciosamente;
https://diariodoturismo.com.br/diario-em-meio-aos-negacionistas-e-comunistas/