Engajar para reagir. O momento é de se organizar para responder aos desafios   

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por Otávio Novo*

Poucos momentos como esse retrataram tão bem o desafio que as  situações, inesperadas ou previstas, trazem para a nossa tentativa de manter a normalidade, e na medida do possível, evoluir nos contextos das nossas atividades cotidianas.


Nesse cenário, e dando sequência a apresentação de artigos para o DIÁRIO de acordo com pontos fundamentais da Gestão de Riscos e Crises na hotelaria e no turismo, onde já falamos da análise de riscos e dos procedimentos, abordaremos nesse momento o Engajamento, ou seja a força do envolvimento de pessoas,  individualmente ou organizadas, e que poderão concretizar os planos de tratamento adequado das situações delicadas.

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Para isso, como de costume, usaremos o momento atual para discutir mais esse ponto da organização e das soluções possíveis.

Ameaças à economia e à saúde estão em voga no mundo todo. Dessa combinação, poucos serão aqueles que passarão sem qualquer tipo de preocupação ou apreensão diante do que está acontecendo, ou ainda está por vir.

Esses são temas que interessam e impactam a todos. E isso é bom, por incrível que pareça.

Esses são temas que interessam e impactam a todos. E isso é bom, por incrível que pareça.

Afinal, fazendo uma analogia para nos ajudar na compreensão do tema, o nosso sistema imunológico que é barreira de proteção que temos desde que nascemos (inata) e que pode ser desenvolvida diante de novas ameaças durante a vida (adquirida), tem uma capacidade de reagir diante de estruturas estranhas e que claramente trazem risco para aquele organismo.

Novos invasores, por ainda não terem uma resposta específica desenvolvida,  ou ainda aqueles que crescem devagar, sem muito alarde,  e acabam passando desapercebidos, têm mais chance de se proliferar e causar danos.

Dessa forma, podemos dizer que 2 coisas são fundamentais para nosso sistema de proteção contra doenças e também contra ameaças em geral : 1)aprendizado sobre o risco; 2) sistema de alerta eficiente sobre a ocorrência.

Devido as similaridades, é inevitável que façamos essa comparação com os sistemas de proteção nas organizações e os nossos valores vitais. E assim, podemos dizer que precisamos preparar nossas equipes para combate e reação aos riscos, e devemos dar a essa organização a capacidade de ter conhecimento dos acontecimentos danosos , o quanto antes.

Nesse sentido, o engajamento, que significa mais preparação, capacitação e fortalecimento das pessoas e  organizações em ações conjuntas e previamente definidas, é o caminho.

Engajamento

É diante de riscos universais como esses, que teremos a atenção e participação geral nas providências, afinal, os riscos econômicos, advindos de disputas no mercado de petróleo e de outros fatores como o risco do coronavirus e seus impactos, são exemplos de ameaças globais, facilmente perceptíveis, danosas  e que devem ser atacadas pelos sistemas de proteção existentes , em departamentos , empresas , setores, países e regiões.

Cada uma dessas estruturas deve contar com seus processos de engajamento, para que seus participantes tenham papeis definidos e treinados, e assim,  com o esclarecimento de cada um dos riscos existentes, possam realizar a prevenção correta e,  colocar em prática procedimentos conhecidos e reagir de forma adequada.

Hoje vivemos um certo descontrole na gestão de informações e seus efeitos, causada especialmente pela incerteza do que fazer diante de tantas opiniões e dados oferecidos.  Assim como um organismo com deficiências no seu sistema imunológico, que não sabe o que é exatamente a ameaça, nem como deve reagir, muitas vezes se omitindo, e outras reagindo de forma desproporcional , causando mais danos que o próprio invasor, como nas doenças autoimunes , tão graves e complexas.

No caso da Gestão de Riscos e Crises o Engajamento é um dos pilares que sustentam qualquer estrutura no sentido de prevenção e capacidade de resposta. Nesse caso existem formas de ação que podem ser pertinentes , desde que contem com a participação dos entes do setor, e sejam assumidas e realizadas de forma condizente com cada responsabilidade.

Ou seja, cada funcionário, cada equipe, cada empresa, e , principalmente, entidade de representação, e todos em conjunto com os organismos públicos devem agir de acordo com cada nível de responsabilidade e capacidade técnica.

Sugestões

Nesse sentido, segue uma sugestão para cada nível  de envolvimento, quanto as ações a serem realizadas nesse momento:

Funcionários: realizar as medidas preventivas, inclusive de higiene; ter atenção e reportar casos suspeitos à gestão;

Gestores: realizar as orientações e fazer o controle das ações dos funcionários ;

Empresas: buscar informações técnicas oficiais; implantar e garantir medidas preventivas e reativas;  manter contato com pares no setor, e nos órgãos de saúde; ajustar contratos e contatos com clientes

Entidades – organizar reuniões e fluxo de troca de informações; representar o setor em demandas com órgãos públicos; oferecer soluções para os entes que ainda não as possuem.

Com a organização acima, será possível ter uma abordagem focada nos negócios e ao mesmo tempo no risco, tomando providencias para buscar, e difundir, as informações corretas e, em conjunto com a organização de gestão de crises do seu negócio, localidade e país.

Assim, os riscos serão mitigados nos diferentes níveis e a capacidade de combater as ameaças será maior, apoiando assim todo o sistema a lutar de forma efetiva contra os efeitos que podem prejudicar a todos, de uma maneira real ou não.

Ambientes protegidos por preparação, organização e trabalho em equipe, são mais saudáveis e menos propensos a sofre os danos de  situações complexas e sensíveis como a que estamos vivendo agora.


Otavio Novo – Advogado, profissional de Gestão de Riscos e Crises, atuando, desde o ano 2000, em empresas líderes nos setores de serviços, educação e hospitalidade. Durante 6 anos foi responsável pelo Departamento de Segurança e Riscos da Accor Hotels na América Latina. Atualmente é consultor, membro da comissão de Direito do Turismo e Hospitalidade da OAB/SP 17/18, professor e desenvolvedor de materiais acadêmicos e facilitador na formação de profissionais e na organização de empresas do setor do turismo e hospitalidade.  Coautor do livro “Gestão de Qualidade e de crises em negócios do turismo” – Ed. Senac.  É criador e responsável pelo projeto Novo8 – www.novo8.com.br , iniciativa mencionada pela Organização Mundial de Turismo (OMT/ONU)

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