Coronavírus volta a se espalhar por todo o país, embora doença aparente estar menos letal agora. Alguns surtos podem ser apenas um susto. Mas as autoridades alertam para a alta das internações e temem uma bola de neve de contágios
El País
Há surtos em todas as 17 comunidades (regiões) espanholas, um recrudescimento que transparece na estatística oficial. É talvez o pior sinal. Não se trata apenas de focos localizados nas províncias de Huesca, Lleida e Barcelona, onde já se fala em transmissão comunitária, mas sim de um aumento quase generalizado dos casos: segundo as cifras do Ministério da Sa, o vírus está crescendo em pelo menos 10 das 17 comunidades.
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Regiões
O vírus cresce na Espanha e tem uma incidência alta (mais de 10 casos por milhão de habitantes) nas regiões de Aragão, Navarra, Catalunha, País Basco, La Rioja (todas no norte da Espanha) e Estremadura (no oeste). Mas também se espalha em áreas que antes tinham menos incidência, como Múrcia (sudeste), Andaluzia (sul), Comunidade Valenciana (leste) e ilhas Canárias (no Atlântico). Alguns surtos são pequenos e podem não passar de um susto. Mas preocupa o padrão e a experiência de março, porque demonstra como uma bola de neve de contágios pode crescer rapidamente.
A melhor noticia é que as mortes não aumentaram. Se fosse esse o caso, aconteceria com duas ou três semanas de atraso sobre os contágios, pelo processo normal da doença. Mas, além disso, é possível que o vírus esteja (ou ao menos pareça) menos letal nesta onda, porque estão sendo detectados mais contágios de jovens. A idade mediana dos novos casos está em 48 anos, contra 60 em abril. Isto se deve em parte a um viés de detecção por gravidade, já que naquela época só conhecíamos os casos mais severos, que frequentemente eram em pessoas mais velhas. Mas também pode ocorrer que agora se contagiem menos idosos porque eles têm menos contatos em geral, e menos pessoas vulneráveis como um todo, pois possivelmente estas extremaram suas precauções.