Felipe Riemma começou na hotelaria no ano 2000, no início de seus estudos em Administração de Empresas com foco em Hotelaria. Sua paixão como ajudante de garçom no início da carreira foi tanta que boa parte de sua vida profissional aconteceu no setor de alimentos e bebidas (A&B). Com vasta experiência na área, trabalhou em hotéis business das bandeiras Hilton, Renaissance, Unique, Grand Stay Plaza e Ceasar Park. Riemma entrou no Senac em 2011 começando como subgerente do Grande Hotel Campos do Jordão. “Eu comecei lá como subgerente. Eu e o Renato (Renato Bianchi, gerente geral do Grande Hotel Campos do Jordão) fomos para Campos do Jordão, e lá fiquei um ano e meio e também quase quatro anos na sede do Senac, cuidando dos dois hotéis na parte de vendas”, revela Riemma em entrevista ao DIÁRIO.
Nessa agradável conversa com o editor do DT, jornalista Paulo Atzingen, o executivo de 40 anos de idade descreve detalhadamente o prazer (e o dever) que é comandar um hotel, ou melhor, um centro de aprendizado da arte e da ciência hoteleira, já que ali estudam e se formam os futuros profissionais do setor. Um hotel que completou no último dia 25 de julho, 82 anos.
DIÁRIO – O que te motiva a ser o gerente de um hotel que tem 82 anos?
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Felipe Riemma: É o trato com o cliente. Eu acho que a satisfação de um cliente para mim é o mais satisfatório possível. Saber que a pessoa está investindo seu dinheiro em algo que fez por merecer, muitos deles juntando dinheiro para ter essa viagem, uma experiência, e ver o final feliz com isso é o melhor pagamento. Então para mim o que mais me motiva é isso.
DIÁRIO – Os índices de ocupação do primeiro trimestre de 2022 ou os gráficos desse primeiro semestre que acabou, como estão?
Felipe Riemma: Está sendo surpreendente, porque como base nós temos aí janeiro e fevereiro como meses de alta, e março, abril, maio e junho são meses de baixa para gente. Porém, janeiro, fevereiro, março, abril, maio e junho foram excelentes. Então, a minha média de ocupação foi de 60% mais ou menos, juntando os primeiros três meses, então eu tenho uma ocupação excelente. Junho que eu estava prevendo que não ia ser tão bom, está sendo surpreendente também, já bati as minhas metas. Junho atingimos 47% de ocupação e eu tinha previsto 20%; então eu dobrei praticamente essa parte de ocupação. Agora, estamos analisando. Julho já está crescendo. Agosto e setembro já têm finais de semana que eu não tenho mais disponibilidade, então a nossa alta está desde que as medidas restritivas diminuíram (em função da pandemia) e estamos vivendo uma alta constante.
DIÁRIO – Vocês fazem as programações temáticas. As festas juninas acabaram mas os eventos não. Quais são as próximas datas ou festas temáticas que vocês vão propor?
Felipe Riemma: Nós tivemos festas juninas até o último final de semana de junho, e agora inauguramos a temporada de inverno que começa dia 1º de julho e vai até o dia 31. E nessa temporada de julho, vamos ter duas festas julinas por semana. Toda quarta e todo sábado teremos uma festa julina.
Confira este álbum de imagens:
DIÁRIO – Isso é um apelo bom para usar nas redes sociais. Vocês fazem promoção e lançam isso no Instagram, no Facebook?
Felipe Riemma: Nós usamos muito o Instagram como divulgação dos nossos pacotes, do que estamos tendo. Então a nossa maior ferramenta hoje de divulgação online é o Instagram, as mídias sociais.
DIÁRIO – Isso ajuda a captar clientes ou na verdade os seus hóspedes já são hóspedes cativos?
Felipe Riemma: Nós temos muitos hóspedes habituais aqui, tanto é que temos famílias que estão entrando na quarta geração e frequentam o hotel. Isso também eu nunca vi em outro hotel que eu tenha trabalhado que tenha esse tipo de hóspede. Então, nós temos muitos hóspedes novos, mas temos sempre a base dos hóspedes habitués. E o “boca a boca” ajuda muito.
DIÁRIO – Quais são as reformas, os investimentos que vocês fizeram? A área de lazer, lá embaixo, está totalmente remodelada…
Felipe Riemma: Já vem em um processo de melhoria. Quando o nosso diretor, o Marcelo (Marcelo Picka Van Roey), entrou no hotel em 2006 cuidando como diretor dos hotéis, ele já vem fazendo toda a reestruturação dos dois hotéis, no daqui e no de Campos (do Jordão). E desde então foram feitas inúmeras reformas: apartamentos, áreas sociais, e essa parte de lazer nós fizemos em 2017, que foi o complexo de lazer. E logo na sequência, nós fizemos na parte externa um jardim contemplativo, no lugar do antigo campo de golfe. Então essas duas áreas realmente revitalizaram o hotel. Isso deu um direcionamento muito bom e atraiu muitos hóspedes para cá.
DIÁRIO – Qual o número de apartamentos atualmente no hotel e as categorias?
Felipe Riemma: Temos 112 apartamentos e 5 vilas, que são as casas que ficam na parte de fora do hotel e são as nossas melhores acomodações. Temos o apartamento duplo, clássico, conjugado, a suíte e as vilas. Para todos os gostos. Hoje não vendemos o número de pessoas, vendemos a categoria do apartamento. Então, se temos uma, duas ou três pessoas, vamos codificar com cada tipo de categoria. O apartamento duplo é para até duas pessoas; o clássico até três pessoas; o conjugado são quatro pessoas, mas vendemos para até seis; a suíte conseguimos colocar até quatro pessoas; e as vilas, temos de um quarto só que cabe um casal mais uma criança, e vilas de dois quartos que cabem até cinco pessoas. Conseguimos atender muito bem famílias e grupos.
DIÁRIO – Fale sobre o visitante centenário…
Felipe Riemma: Claro. Foi no segundo mês que nós reabrimos durante a pandemia. Estávamos com o hotel fechado para visitantes, e eu estava em uma reunião quando me ligaram falando que tinha uma pessoa querendo subir. Eu tinha explicado sobre os procedimentos, que a gente não podia receber. Esse hóspede, no entanto, não vinha se hospedar, veio só visitar. O chefe da recepção me disse que a filha dessa pessoa insistiu em falar comigo. Eu saí da reunião, e finalmente entendi o que estava acontecendo: era o senhor Antonio, que estava completando 100 anos naquele dia e só queria rever o hotel onde, em 1940, começou a trabalhar com 18 ou 19 anos como mensageiro. Foi emocionante. Ele começou aqui, como mensageiro e saiu como chefe de croupier (pessoa que dirige uma mesa de jogo num cassino).
Confira o segundo álbum de fotos:
DIÁRIO – Qual a sua mensagem para as pessoas que ainda não conhecem o Grande Hotel Senac Águas de São Pedro?
Felipe Riemma: Eu vou falar por experiência própria: eu ouvia falar muito bem do Senac, mas depois que eu entrei no hotel, que conheci o espírito daqui, vi que era um mundo completamente diferente e melhor. Então, hoje, no mundo hoteleiro, para um hoteleiro estar mais de dez anos no mesmo empreendimento, é muito significativo. Então, eu falo que quem não conhece precisa conhecer. Existem inúmeros resorts excelentes no Brasil, mas os hotéis Escola Senac são diferenciados.