Hotéis da Austrália reclamam que governo só apoia companhias aéreas

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A indústria da aviação da Austrália, devastada pela pandemia, recebeu medidas de estímulo do governo para o turismo doméstico, enquanto hotéis e outras empresas do setor de viagens criticam que o apoio de que precisam para se manter à tona não está no radar.

Nikkei Asia — Sydney (Valor Econômico)


O pacote de 1,2 bilhão de dólares australianos (US$ 930 milhões) divulgado no mês passado oferece subsídios federais para 800 mil passagens aéreas pela metade do preço para 13 regiões populares, incluindo Cairns e Gold Coast. A venda vai até o fim de julho para viagens até setembro.

A resposta ao programa de voos com desconto foi “fantástica”, disse Alan Joyce, CEO do Qantas Group, em um comunicado na semana passada. Mais de 250 mil bilhetes foram vendidos nas primeiras duas semanas da promoção, informou a maior companhia aérea da Austrália, que está se preparando para uma queda de cerca de 60% na receita neste ano até junho em comparação com o mesmo período de 2019.

A segunda maior companhia aérea do país, a Virgin Australia, pediu concordata no ano passado devido à pandemia.

A Virgin Australia viu as reservas feitas nas primeiras 15 horas do plano mais do que quadruplicar em relação à semana anterior. Os voos populares incluem Melbourne para Gold Coast, vendidos por AU$ 78. A segunda companhia aérea do país foi comprada pela Bain Capital depois de entrar em colapso no ano passado.

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O programa de estímulo aéreo está dando um impulso favorável às companhias aéreas, especialmente com a aproximação da temporada de inverno, quando o movimento naturalmente decai.

Enquanto isso, outros participantes do turismo não estão satisfeitos com o pacote do primeiro-ministro Scott Morrison, que também inclui apoio para proteger empregos na aviação e empréstimos de baixo custo.

As medidas de estímulo deixam Sydney e Melbourne “para morrer”, disse a Associação de Hoteis, que representa cerca de 3,5 mil estabelecimentos. Os hotéis nas duas cidades metropolitanas “precisam desesperadamente de suporte imediato”, disse o CEO da associação, Dean Long, no mês passado, observando que a taxa de reserva para os próximos três meses ficou abaixo de 10%.

O Conselho da Indústria de Turismo da Austrália também reclamou que o apoio do governo foi “direcionado e de curto prazo”, disse o diretor-executivo Simon Westaway. “As empresas atingidas por restrições de fronteira e baixa confiança em viagens recebem pouco deste pacote.”

Os viajantes gastaram AU$ 146,4 bilhões, incluindo em passagens aéreas, na Austrália durante 2019, com 30% vindo de hóspedes internacionais, mostram dados do governo.

O turismo foi responsável por 3,1% do produto interno bruto da Austrália no ano até junho de 2019. Uma “bolha de viagens” sem obrigatoriedade de quarentena, só válido para a Nova Zelândia, foi aberto esta semana, mas os dois principais portais internacionais – Sydney e Melbourne – permanecem fechados para viajantes do resto do mundo.

 

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