A entrada definitiva nos Estados Unidos é um sonho para muitas pessoas e para os brasileiros não poderia ser diferente. No entanto, para conseguir a autorização de residência no país, é fundamental seguir regras para evitar ser prejudicado e prejudicar outras pessoas.
EDIÇÃO DO DIÁRIO com agências
Atualmente existem muitas questões envolvendo travessias ilegais e também vistos, que em alguns casos são utilizados sem a devida moderação. O advogado especialista em direito internacional, Dr. Daniel Toledo, explica que algumas modalidades de visto podem ser impactadas por conta dessa situação.
“Para os vistos EB-3, na modalidade de unskilled, para trabalhar nos Estados Unidos sem uma formação específica, existe a política de oferta e demanda, que vinha acontecendo de forma natural. Atualmente muitos utilizam esse visto para negociar vagas de trabalho e residência no país, o que é visto com maus olhos e pode prejudicar o andamento do visto”, ele relata.
O visto EB-3 é dividido em três categorias, sendo que uma delas é a maneira que os americanos encontram de contratar legalmente imigrantes para realizar trabalhos mais simples, que não exigem formação ou investimentos no país. No entanto, nos últimos anos empresas atuam oferecendo e vendendo essas vagas para brasileiros que desejam morar no país, que podem ser até mesmo superqualificados.
Veja também as mais lidas do DT
O advogado conta que, com a percepção dessa manobra, os órgãos e agentes imigratórios podem passar a impor leis mais rígidas para o visto. Além disso, outro ponto levado em consideração para a mudança é o número de brasileiros que permanecem nos Estados Unidos de forma ilegal. “Essa forma de avaliação também é utilizada pelo país para fazer acordos com outras nações pela não exigência de visto, que não deve acontecer com o Brasil tão cedo”, explica.
Outro ponto levantado por Daniel é a miscigenação, que acaba gerando grandes comunidades de determinados países levando até mesmo a determinação de cotas no visto, como é o caso da China e Índia, que têm filas de espera de até cinco anos por uma vaga de trabalho nos Estados Unidos.
Nos últimos meses alguns congressistas americanos apresentaram diversos projetos que implicam o Brasil e julgam o país de forma negativa, por essa razão o especialista destaca que não ficará surpreso se ocorrerem novas imposições e requisitos mais altos para os vistos de brasileiros.
Daniel Toledo é advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da LeeToledo PLLC. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.