Maison de France, no Rio, poderá ser vendida

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A Maison de France, edifício localizado no centro no Rio de Janeiro e que é considerado um dos símbolos fortes da presença francesa no Brasil, poderá ser vendida.

REDAÇÃO DO DIÁRIO com informações do Le Monde

De acordo com o jornal Le Monde desta quarta-feira (5), o Ministério das Relações Exteriores da França está enxugando gastos e deve tomar a decisão nas próximas semanas.

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Além da Maison de France, o jornal adianta que a França quer vender também a residência de seu cônsul no Rio de Janeiro. O jornal pontua que essas decisões teria algo a ver com a relação deteriorada entre os presidentes Jair Bolsonaro e Emmanuel Macron.

A Maison de France é um prédio de 13 andares, que abriga os serviços consulares e diplomáticos da França, além de teatro, café, biblioteca com 23 mil obras, com vista panorâmica sobre a Baia da Guanabara e o Pão de Açúcar.

Histórico

1922

A ideia de construir uma Maison de France surgiu após a Exposição Universal, comemorativa do primeiro centenário da Independência do Brasil, que aconteceu no Rio de Janeiro, então capital da República, em 1922. Para esse evento, foram construídos (depois demolidos) dezenas de prédios e monumentos, representando a cultura das diversas regiões do Brasil e de vários países estrangeiros – dentre os quais, a França.

Do conjunto de edifícios que ocupava quando da Exposição, o governo francês doou ao Brasil uma parte do complexo, uma réplica idêntica do Petit Trianon (a famosa construção de Ange-Jacques Gabriel, de 1768, construída ao lado do Palácio de Versalhes, em Paris), transformado logo em seguida em sede da Academia Brasileira de Letras. 

Desejosos de mostrar seu reconhecimento, um grupo de intelectuais brasileiros pensava estabelecer, perto da Academia, uma Casa da Cultura Francesa. Essa instituição deveria ser essencialmente a sede do Instituto Franco-Brasileiro de Alta Cultura, encarregado de promover o intercâmbio universitário entre os dois países e abrigar um secretariado permanente de trocas culturais. Os diversos projetos em estudo para a construção do edifício, no entanto, foram interrompidos pela eclosão da Segunda Guerra Mundial.

1945

Foi somente ao final da Guerra que as negociações levaram à promulgação, por parte do governo Getúlio Vargas, de um decreto estabelecendo as bases desse Instituto. Promulgado em 25 de setembro de 1945, o «Decreto Vargas» oferecia à França um lote de 1.378m² na esplanada do Castelo. Em contrapartida, o governo francês deveria construir nesse terreno um prédio, onde seriam instalados, além da chancelaria da Embaixada da França e o Consulado Geral, o Instituto Franco-Brasileiro de Alta Cultura e todo e qualquer outro serviço de difusão cultural que a França quisesse oferecer.

O prédio foi construído por dois arquitetos franceses: Auguste Rendu et Jacques Pilon (Crédito: Tripytiq Arquiteture)

1956

Construído por dois arquitetos franceses, Auguste Rendu et Jacques Pilon, entre 1951 e 1955, o prédio conhecido com o nome de « Maison de France » foi inaugurado em 20 de março de 1956 por Juscelino Kubitschek, Presidente da República do Brasil, e por Maurice Faure, Ministro das Relações Exteriores do governo francês.

Situado num bairro central, em frente à Igreja de Santa Luzia, vizinho da Academia Brasileira de Letras, da Biblioteca Nacional, do Museu Nacional de Belas-Artes e do Museu de Arte Moderna, a Maison de France é um imóvel de treze andares, concebido desde a origem como um complexo cultural. Em 1956, ele abrigava já um teatro, as salas de aula e os escritórios da Aliança Francesa, duas grandes bibliotecas dotadas de um número considerável de obras cobrindo todos os ramos do conhecimento, uma rica discoteca, uma sala de imprensa – onde já se podiam encontrar jornais franceses, recebidos por correio aéreo – e o serviço cultural da Embaixada da França. Aí funcionavam também diferentes associações e empresas ligadas à França, como a companhia aérea Air France, assim como os serviços do Conselheiro Comercial, a Chancelaria Diplomática, o Consulado Geral e o escritório do Embaixador – já que a Maison de France foi sede da Embaixada da França até 1976, quando o serviço foi definitivamente transferido para a capital federal, Brasília.

 

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