Redação do DT
Ter praias posicionadas entre as melhores do país, ser o quinto destino de lazer mais procurado do Brasil e o primeiro do estado de Pernambuco fazem de Porto de Galinhas uma referência no turismo nacional. Apesar disso, os atributos não foram suficientes para evitar um leve decréscimo na ida de turistas para o destino, que registrou ocupação média entre 65% e 66% no acumulado de 2015. De acordo com Otaviano Maroja, presidente da Associação de Hotéis de Porto de Galinhas, uma grande aposta para o futuro são os turistas estrangeiros, que vêem o Brasil como um destino mais barato devido à valorização da moeda americana ante o real. Este e outros assuntos foram tratados em entrevista ao DIÁRIO, concedida ao repórter Marcelo Villas Boas. Confira:
DIÁRIO – Houve crescimento no número de turistas em Porto de Galinhas em 2015? E na receita?
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OTAVIANO MAROJA – As vendas têm sido bem mais difíceis por causa da crise, então as reservas chegam muito em cima da hora. As pessoas hoje tem medo de fazer gastos com antecedência. Por exemplo: a nossa média de [antecedência de] reservas histórica era de 45 dias, agora é 15, 10. Em novembro, está se vendendo o próprio mês de novembro ou dezembro, não está se vendendo muito fevereiro, março, abril. As pessoas têm muito receio de fazer compromissos e depois se complicarem.
Não houve crescimento no número total de turistas em 2015. Atualmente, estamos 2% ou 3% abaixo de 2014. A receita deve ter um incremento muito pequeno, mas se você atualizar e colocar a inflação em cima dos números de 2015, percebe-se a receita reduzida. O crescimento foi menor do que a inflação, causando recuo.
DIÁRIO – O mercado mais importante para Porto de Galinhas é a capital paulista, seguida pelo interior do estado. Existem ações específicas para este público?
OTAVIANO MAROJA – Em conjunto, os hotéis de Porto de Galinhas têm mais de 20 profissionais de vendas no estado de São Paulo. Eles vão às operadoras e agências durante todo o ano para explicar sobre os hotéis, o que se faz em Porto de Galinhas, quantos dias ficar. O mercado mais importante é São Paulo, capital e interior.
DIÁRIO – Como a volatilidade do dólar em relação ao real impactou a ida de brasileiros a Porto de Galinhas? E estrangeiros?
OTAVIANO MAROJA – O número de brasileiros tem sido bom. Vai cair um pouco em relação ao total do mesmo período do ano passado, mas tem sido bom. Ele permaneceu semalhante a 2014 devido à alta do dólar. Se não fosse o crescimento do dólar, teríamos uma ocupação menor. O brasileiro passou a viajar mais dentro do Brasil por causa do dólar, que inviabilizou a ida ao exterior.
Os estrangeiros estão vindo um pouco mais, um pouco. Cerca de 10%. Em 2008, alguns hotéis de Porto de Galinhas tinham 40% de ocupação estrangeira. Com a crise na Europa e nos Estados Unidos, isso caiu, em 2014, para 10%. Em 2015, subiu um pouco, alguns hotéis com até 20%, no total, cerca de 11% ou 12%, só terei este número fechado no início do ano que vem. As negociações e consultas do mercado internacional para Porto de Galinhas cresceram muito. A nossa expectativa é que o mercado internacional a médio prazo cresça bastante. Aquela sensação do estrangeiro de que está na hora de voltar para o Brasil porque está barato é fácil de perceber.
DIÁRIO – Como vocês estão divulgando Porto de Galinhas fora do Brasil?
OTAVIANO MAROJA – Vamos sempre a Portugal, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e alguns outros mercados mais raramente, mas vamos, Espanha, Itália, Alemanha, Peru, Colômbia… Mas Argentina, Portugal e Uruguai, os hotéis estão lá sempre, quase mensalmente, visitando operadores, agências e participando de eventos de turismo.