Com o acesso ao Mercado Livre de Energia a partir de 1º de janeiro de 2024, de acordo com a Portaria nº 50/2022 do Ministério de Minas e Energia (MME), o setor hoteleiro como pousadas, por exemplo, conectadas em Alta média tensão também poderão tomar à frente de suas decisões energéticas.
EDIÇÃO DO DIÁRIO com agências
É um passo importante para o setor e a especialista em comercialização varejista na Bolt Energy, Débora Cruz, lista alguns motivos pelos quais essas empresas devem aderir ao movimento de mercado, com objetivo de melhorar sua eficiência energética e ter melhores preços nas faturas de energia.
Com a nova medida válida a partir de 2024, hotéis e pousadas conectadas à Alta média tensão também poderão tomar à frente de suas decisões energéticas. Especialista explica os motivos pelos quais as empresas do segmento devem aderirem ao ambiente de livre contratação.
Para integrar energia a hotéis e pousadas, por exemplo, é necessário pensar além das soluções do segmento e conhecer as novidades energéticas nacionais. Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 56% das indústrias do mercado cativo desejam migrar para o mercado livre de energia.
Isso significa que essas empresas, – hoje atendidas pela distribuidora de energia da região sem o poder de negociação do preço referente ao serviço prestado -, passam a ter acesso ao Mercado Livre, a partir de 1º de janeiro de 2024, de acordo com a Portaria nº 50/2022 do Ministério de Minas e Energia (MME).
“É uma libertação, afinal pousadas e hotéis que possuem faturas de energia a partir de R$10 mil por mês e que estejam ligadas em alta tensão, também estarão empoderados para as tomadas de decisão na contratação de energia elétrica”, explica Débora Cruz, Head de comercialização varejista na Bolt Energy. Ela ainda completa que a automatização e digitalização dos processos ajudará a facilitar a complexidade do setor, além de melhorar o atendimento ao cliente no pós-vendas.
Sendo assim, tomar decisões como escolher sua própria energia, trocar equipamentos antigos por novos e que tenham maior eficiência energética, fazer manutenções preventivas e periódicas de aparelhos, substituir luzes e sistema elétrico ou, até mesmo, mudar no interior do espaço, pode ajudar dentro de todo contexto na conta de luz.
Nesse sentido, a especialista comenta 4 vantagens da migração para as empresas do setor causarem impacto:
Contratação: Poder ter o livre arbítrio para escolher uma empresa que realize todo o processo de migração e intermedia a comunicação com a distribuidora e com a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica). Fica à cargo da empresa, responsabilidades como informar à distribuidora, adaptar a cabine de energia, finalizar a migração junto à câmara de comercialização e enviar a fatura com o desconto aplicado ao cliente;
Preço: Permite que o consumidor tenha risco zero no mercado através de desconto garantido, de até 40%, com fatura única e migração simplificada;
Previsibilidade e Segurança: Com menos burocracia que o mercado livre tradicional, é possível pagar apenas pelo que é consumido. Isso acarreta em uma atuação mais segura e de confiança.
Gestão Sustentável: Será possível apostar na contratação de empresas que trabalhem com energia vinda de fontes renováveis, como as fotovoltaicas, eólicas e/ ou a gás. Elas também geram economia e têm apelo sustentável nos negócios.
Como realizar a migração?
Para entrar para o mercado livre varejista é necessário realizar a rescisão contratual do atual contrato com a distribuidora local. A comunicação da rescisão tem que respeitar os 180 dias de antecedência do fim da vigência do contrato. Após isso, será realizado uma adequação física na cabine de energia, a troca do medidor e a formalização de alguns documentos solicitados pela distribuidora. Por fim, é realizada a validação e aprovação pela distribuidora e CCEE. Depois dessa fase, é só aguardar o início das operações no Mercado Livre.
Sobre o Grupo Bolt:
A Bolt é uma gigante do setor de energia que tem faturamento superior a R$1 Bi. A empresa tem Gustavo Ayala como CEO e Henrique Campos como COO. É um grupo formado por três frentes, a Bolt Energy que opera no mercado livre para grandes consumidores (quem tem tamanho suficiente para escolher operar sua energia), a Bolt Pro, que desenvolve projetos e alimenta a Bolt Energy e também a terceira subsidiária do grupo, a Bow-e. Ela opera no mercado regulado, atendendo o B2B e o B2C. Com essa operação, a empresa espera ter até 250 MW de energia vendidos no Brasil até fim de 2024, tornando-a uma das mais relevantes no mercado brasileiro. A Bow-e representará nos próximos dois anos cerca de 15 a 20% da atuação do grupo, gerando um faturamento de cerca de R$360 milhões.
Sobre Débora Vieira Cruz
Especialista em energia de varejo no Grupo Bolt Energy e acumula experiência no setor de energia há anos. Antes da Bolt, Débora atuou como gerente de contas na Engie e na Energias de Portugal (EDP), empresa do setor energético, verticalmente integrada, com uma posição consolidada na Península Ibérica. Débora é Engenheira Civil e também já atuou em empresas como Gappe Engenharia. A especialista trabalhou em projetos de migração para o mercado livre de energia das agências do Banco Santander e na melhoria do processo de avaliação de NPS da Salesforce.
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