O Parque Caminhos do Mar, localizado a alguns quilômetros da capital paulista, é uma ótima opção de passeio para quem gosta de reunir ecoturismo, aventura, história, cultura e belezas naturais. O DIÁRIO visitou e conta como foi. Confira!
Por Caroline Figueiredo – Repórter do DT
O DIÁRIO viajou até São Bernardo do Campo para visitar o Parque Caminhos do Mar. Localizado no Parque Estadual da Serra do Mar, o núcleo “Caminhos do Mar” foi fundado em 2004, mas atualmente está sob concessão da Parquetur e foi aberto para visitação do público-geral a cerca de 8 meses. O parque oferece diversas atrações para quem gosta de ecoturismo, cultura, história, belezas naturais e muito mais.
Com duas opções de entrada, por São Bernardo do Campo e Cubatão, o parque tem 274 hectares de Mata Atlântica – patrimônio ambiental de São Paulo – e é rico em biodiversidade, com sua fauna e flora que encantam os olhos, além de monumentos históricos de 1922, que tem grande importância para a história do Brasil.
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Fomos recebidas por Gabrielle Silva Chiappani, monitora ambiental do “Caminhos do Mar”. Muito atenciosa, Gabrielle nos adiantou que após o (quase) fim da pandemia, o parque abriu para visitação com menos burocracia. “Agora, os visitantes podem adquirir os ingressos pelo site caminhosdomar.com ou podem vir diretamente nas portarias, tanto de São Bernardo quanto de Cubatão”, adiantou.
Dentre os roteiros que o visitante pode escolher, constam: O Roteiro Histórico, o Roteiro Ecoturístico, o Roteiro Aventura. Escolhemos o Roteiro Histórico.
O Roteiro Histórico tem aproximadamente 16km de ida e volta e se trata de uma caminhada pela Estrada Caminho do Mar (Estrada Velha de Santos) por uma trilha asfaltada que foi fechada para circulação de carros desde 1985. Neste roteiro, estão localizados os mirantes para a Baixada Santista e os Monumentos Históricos da época do Império (D. Pedro II).
Logo nos primeiros metros do Roteiro Histórico é possível ver a reserva natural Rio das Ostras: rodeada por lagos, vegetação nativa e pequenas ilhotas habitadas apenas por sua fauna e flora exuberantes, atravessamos uma pequena ponte, onde apenas o silêncio pode ser ouvido. Um lugar maravilhoso para fechar os olhos e relaxar por alguns minutos. Na sequência, vimos um lindo casal de gaviões brancos à beira da água, um sinal de que iríamos nos apaixonar pela fauna e flora reinante.
Na sequência, o primeiro monumento avistado foi o Pouso do Paranapiacaba. Um casarão em estilo neocolonial, feito em pedras e madeira, decorado com azulejos brasileiros, mas seguindo o estilo português e pintados à mão. Não podemos conhecer seu interior pois está em fase de restauração e fechado para visitas. Gabrielle disse que a intenção é abrir um restaurante no primeiro piso, como era no período de de D. Pedro II.
Caminho para o Mar
Segundo ela, o Pouso Paranapiacaba recebeu esse nome porque servia como uma espécie de ponto de apoio para os viajantes que desciam ou subiam a serra para Santos. Ela lembrou que os carros naquela época eram fracos e na maioria das vezes, não conseguiam completar todos o trajeto porque os motores superaqueciam, então eles iam até o Pouso, consertavam os carros e caso alguém precisasse, no 2º andar tinha um quarto para descanso. E, apesar da semelhança do nome do casarão com o de outra cidade histórica, Gabi disse que “Paranapiacaba” é uma palavra indígena e significa “caminho para o mar”, pois a estrada foi construída no antigo caminho utilizado pelos indígenas para chegar ao litoral.
Continuando nossa caminhada, os “monumentos naturais” se apresentam, como flores e vegetação nativa e preservada, além de várias quedas d´agua e cachoeiras que nos aguardam em várias curvas.
Um ponto marcante de nossa aventura foi na chamada “Curva do Uau”, um mirante de onde se avista toda a Baixada Santista!
Dutos de gás
Passamos ainda perto dos grandes dutos de gás que vemos nas idas ao litoral e soubemos que a Comgás está fazendo uma obra de ampliação dos gasodutos para que cheguem até Santos. Gabi disse que as operações contam com a supervisão da Fundação Florestal e haverá todo um processo de reflorestamento.
Conhecemos ainda a “Belvedere“, uma praça construída por Washington Luís em 1922 em comemoração aos 100 anos da Proclamação da Independência.
Neste ponto, é possível optar por seguir viagem pelo asfalto ou “pegar um atalho” pela Calçada do Lorena. A equipe, muito corajosa (risos), optou pela Calçada e o caminho, que começa com escadas, continua com pedras de 1792 e é uma verdadeira “prova de equilíbrio e habilidade” para quem a trilha.
Rancho da Maioridade
Depois, também conhecemos o Rancho da Maioridade, que foi construído para D. Pedro II e frequentado por ele, depois do Golpe da Maioridade para que ele assumisse o governo do Brasil. A construção é muito bonita e assim como todos os monumentos do parque, é tombada. É possível conhecer o 1º andar e ao olhar os azulejos nas paredes, absorve-se um gostinho da época imperial. Há azulejos na parte de fora do casarão, um 2º andar com quarto (não liberado para visitação) e uma garagem que servia como oficina para os carros que por ali passassem e precisassem de reparos para seguir viagem.
A aventura continuou e por fim, conhecemos o “Padrão de Lorena”, também inaugurado por Washington Luís em comemoração ao centenário da Independência, e o Pontilhão, que marca a construção da primeira estrada de rodagem de concreto da época e o fim da serra.
Frequência de turistas no Parque
Quando questionada pelo público que frequenta o parque, Gabi disse que em sua maioria, são excursões de escolas que fazem o passeio Histórico (8km de descida) com as crianças: “Durante a semana, são mais as escolas, que tem alguns grupos. O grande fluxo de visitantes é nos finais de semana, em que estamos batendo duzentas a mil e quinhentas pessoas por dia.”, afirmou.
Sobre a procura do parque de turistas de outros estados, Gabi disse que existe e a maioria são de turistas vindos de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Manaus.
Há ainda visitantes estrangeiros, que, segundo Gabi, são franceses, alemães e asiáticos.
SERVIÇO:
Ingressos
Os ingressos podem ser adquiridos nas bilheterias nas duas entradas do parque ou pelo site do “Caminhos do Mar”. O parque funciona de quarta à domingo e os ingressos para quarta e quinta-feira custam R$ 40,00 a inteira R$ 20,00 a meia-entrada e ás sextas-feiras, sábados, domingos e feriados, a inteira custa R$ 50,00 e a meia-entrada R$ 25,00.
Para contratar o serviço de transfer interno com van para subida ou descida do parque, são cobrados R$ 30,00 por pessoa, que podem ser pagos na bilheteria de Cubatão ou na bilheteria de São Bernardo do Campo.
DICAS DO DIÁRIO
– Use um tênis próprio para caminhada e roupas confortáveis;
– Leve uma garrafa de água para se hidratar e um repelente para se prevenir dos insetos. Uma bolsa pequena para carregar estes itens também é uma boa pedida;
– Tomar um bom café da manhã ajuda a ter disposição para a caminhada, mas caso a fome surja, há um food truck na entrada do parque que oferece salgados, bebidas, e barrinhas de cereal para repor as energias. Dica extra: compre as barrinhas na ida e leve-as com você.
– O tempo na Serra pode nos surpreender, então verifique a temperatura antes de agendar sua visita. Como Gabi explicou, dias ensolarados são ótimos para fotos, porém dias mais amenos são propícios para a caminhada;
– Leve o celular carregado para tirar muitas fotos;
– Tire todas as suas dúvidas com os guias nas entradas do parque e/ou nos monumentos;
– Aproveite o passeio e a lindas paisagens!
Para saber mais sobre o Parque Caminhos do Mar, acesse o site oficial do núcleo ou seu Instagram.