Quer conhecer as várias correntes e estilos arquitetônicos de prédios e edifícios sem sair do Brasil? Ou sem precisar fazer uma faculdade de arquitetura? Vá para Belo Horizonte, a capital mineira.
por REDAÇÃO DO DT (por Patrícia de Campos – reportagem de Paulo Atzingen*) – PUBLICADO DIA 5 DE AGOSTO
Caminhar nas alamedas que formam a Praça da Liberdade em companhia de Daisy Quintão, guia credenciada pelo Cadastur, é ter a oportunidade de conhecer mais sobre a história de Minas Gerais, do Brasil e da influência arquitetônica de cada tempo.
Daisy explica que logo após a Proclamação da República (1889), decidiram levar de Ouro Preto para Belo Horizonte, a capital do Estado. “Havia três opções para a edificação dos prédios que comporiam o novo governo, entre elas a região da Boa Vista, nome dado pela beleza da vista que o local proporcionava. O local tinha como nome Curral de Del’Rei, que antes havia sido uma fazenda (Fazenda do Cercado) de propriedade de um bandeirante, fundada em 1701”, conta.
Segundo ela, José de Magalhães foi o arquiteto escolhido para que projetasse os primeiros prédios da nova capital, conjunto composto pelo Palácio da Liberdade, Secretaria de Educação e Secretaria da Fazenda. “Formado pela Escola de Artes do Rio de Janeiro, e com vivência de alguns anos em Paris, Magalhães trouxe para as edificações uma forte influência parisiense da época, o estilo eclético, que mistura colunas gregas, romanas e egípcias na mesma construção. O conjunto foi concluído antes da inauguração da futura capital (Belo Horizonte), que ocorreu em 1897”, data a guia de turismo.
Veja também as mais lidas do DT
Em 1930 o conjunto ganha mais um prédio, que seria a sede da Secretaria do Interior e de Segurança, que hoje abriga o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), projetado por Luigi Baricelli, que traz como característica de janelas em diferentes estilos, mantendo o eclético na construção.
Anos 50 e 60
Daisy conta um fato pitoresco ocorrido com ela. “Eu estudante de uniforme azul e branco, atravessando ali, dou de cara com Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir. Ela com aquele turbante característico; eu nunca esqueci dessa cena. Se fosse hoje iria tirar o celular, tirar uma self. É uma lembrança muito boa que eu tenho”, conta Daisy.
Nossa guia explica que nos primeiros anos da década de 60, no auge do modernismo, a Praça ganha um novo prédio, projetado por Eolo Maia, que abrigaria o Museu de Minerais, incluindo aí a ousadia do arquiteto que misturou vários elementos da terra mineira como o ferro, a terra e pedras. “Não agradou o gosto popular e o prédio acabou sendo apelidado de “Rainha da Sucata”. É dessa época também as intervenções de Oscar Niemeyer, construindo o primeiro prédio residência do perímetro, todo em curvas, traço registrado de suas obras. Projeta também a Biblioteca e o Colégio Público. Acredita-se que Belo Horizonte seja a cidade com maior número de obras de Niemeyer.
“Pouco tempo depois, a esposa de Eolo Maia, projeta também com traços pós modernistas, o Espaço Cultural, que hoje abriga um planetário e hoje é sede da administração do Circuito Liberdade”, enumera Daisy.
Andamos um pouco mais e Daisy finaliza sua aula de arquitetura, lembrando que o tempo é curto e que só falou o principal: “O Palácio Cristo Rei, em estilo Art Decô, casa do Arcebispo de Belo Horizonte, D. Walmor, atual presidente da CNBB, completa o conjunto arquitetônico da Praça da Liberdade. Este prédio passou a abrigar o bispado local a partir de 1921, que até então tinha como sede o Bispado de Mariana desde 1745”, conclui a estudiosa.
*Paulo Atzingen participa do presstrip #vemprabh realizado pelo portal Turismo de Minas e aprovado no edital de apoio a eventos turísticos da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte – Belotur, com o patrocínio da Prefeitura de Belo Horizonte.
Parabéns pela brilhante ideia. Esse projeto, em boa hora, é uma oportunidade para levar aos mineiros e aos brasileiros essas e outras tantas maravilhas de nossa Capital.