Com palestras de grandes personalidades brasileiras, e muita troca de conhecimento sobre diversidade, igualdade de gêneros e inclusão, a Accor realizou o Riise XP 2023
Na tarde desta quinta-feira, 19, colaboradores da rede Accor participaram em peso do Riise XP 2023. Esse evento, que foca em trazer palestras e capacitações sobre temas ligados à igualdade de gêneros, diversidade e inclusão, aconteceu no Novotel Jaraguá, em São Paulo.
Inclusive, o evento, que é muito aguardado por todos e acontece desde 2015, chegou à sua 5ª edição.
Riise XP 2023 e a importância da busca pela diversidade e igualdade
A primeira palestra do dia contou com Magda Kiehl, SVP Legal, Compliance & Security e Embaixadora Riise. Inclusive, ela subiu ao palco ao som de uma bela salva de palmas dos participantes e da música “Who Run The World?”, da Beyoncé.
Além disso, Thomas Dubaere, CEO Accor Américas, também marcou presença e foi aplaudido.
“Estou muito feliz de participar do Riise XP 2023. É uma honra fazer parte desse evento, pois a igualdade de gêneros é um assunto fundamental na nossa sociedade”, declarou o CEO.
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“Apesar de termos feito progresso, ainda hoje temos grandes disparidades entre homens e mulheres na nossa sociedade”, lembrou Thomas Dubaere.
“Precisamos trabalhar para combater isso e para promover a igualdade e diversidade, que não envolve apenas os gêneros. Mas, além deles, também envolve raça, religião, orientação sexual. Então, para alcançarmos a diversidade e a igualdade, precisamos ter um esforço coletivo para que todos possam seguir suas vidas, suas carreiras, seus sonhos, com igualdade, justiça dignidade e respeito”, finalizou o CEO.
O programa Riise no Brasil
Em seguida, Magda Khiel falou sobre o programa Riise no mundo, as metas do programa e as iniciativas no Brasil.
Entre elas, Magda destacou o Mentoring, que envolve mentoria e foca no desenvolvimento pessoal e profissional para as colaboradoras. Além disso, há o She Travel Club, que qualifica os hotéis da Accor como um ambiente seguro e confortável para as mulheres que viajam sozinhas.
Ainda, Magda falou sobre o Programa Acolhe, que acolhe mulheres vítimas de violência doméstica. Inclusive, esse é um dos principais programas da Accor, que conta com ampla participação dos colaboradores da rede e tem grandes parceiros. Como, por exemplo, o Instituto Avon.
Mas não para por aí. Pois Magda falou sobre a nova identidade visual do programa Canal da Mulher, que é interno e voltado para as colaboradoras da rede hoteleira.
“Nessa nova identidade visual, as letras estão mais juntas, o que significa que nós, mulheres, estamos unidas”, apontou Magda Khiel.
Riise XP 2023: o feminismo negro e as escolhas das mulheres
Depois, subiu ao palco, com muito entusiasmo do público, a filósofa feminista, escritora e acadêmica Djamila Ribeiro. Ela palestrou sobre o tema “Quem tem medo do feminismo negro?”
Na ocasião, Djamila iniciou a palestra, falando um pouco de sua trajetória. Filha de ativistas, ela comentou que a luta pela igualdade sempre fez parte de sua vida. Principalmente, por conta de sua família.
“Hoje, eu tenho uma filha de 18 anos. Quando ela era pequena e tinha uns 6 anos, ela queria jogar futsal. Mas não tinha time feminino para essa idade, só a partir dos 12 anos. Então, ela participou do time masculino, no gol, e por ser menina, muitos pensavam: “Ah, vai ser fácil”. Esse pensamento só porque ela era menina”, explicou Djamila.
“Então, com toda essa pressão de “não poder errar para demonstrar que é forte”, “porque precisa ser perfeita”, quando ela levava um gol, ela chorava”, complementou.
Escolhas
Com isso, Djamila lembrou o pensamento de Simone de Beauvoir, uma conhecida filósofa e escritora, que Djamila estuda. “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”, escreveu Simone de Beauvoir.
“Ou seja, essa frase da Simone de Beauvoir quer dizer que ninguém nasce mulher. Nós aprendemos, crescemos e nos tornamos mulheres. O que a Simone questiona é justamente sobre a escolha. Porque, caso as nossas escolhas não sejam aquelas “esperadas”, nós, mulheres, somos questionadas”, pontuou.
Participação coletiva
Outro ponto que Djamila destacou é a importância da participação coletiva para tratar de temas tocantes à sociedade. Como, por exemplo, o combate ao machismo, ao racismo, à homofobia, entre outros.
“Pessoal, no meu livro, quando eu falei sobre ‘lugar de fala’, eu disse o seguinte: uma pessoa branca, por exemplo, se posiciona contra o racismo, com uma vivência. Já uma pessoa negra se posiciona contra o racismo, com outra vivência. Mas, todos podem e devem se posicionar sobre esse tema, que está presente na sociedade”, destacou.
“Então, a participação coletiva no debate sobre esses temas, na mudança, é importante. É necessário”.
“Hoje, eu tenho um selo de publicação de livros, e como mulher heterossexual, a maneira que eu encontrei de ouvir, de ajudar na inclusão de pessoas LGBT, foi publicar autoras lésbicas. Então, a empatia, a inclusão, é possível, é necessária”, finalizou.
Após o fim da palestra, a plateia pôde fazer perguntas à Djamila e ainda houve um sorteio de 3 exemplares do livro “Quem tem medo do feminismo negro?” . Então, os sortudos que ganharam os livros, também receberam o autógrafo da autora, Djamila Ribeiro, com dedicatória.
Depois, houve um rápido Coffee break para os participantes. Em seguida, começa a 2ª rodada de capacitações.
Por Caroline Figueiredo – DT.