A cidade de Roma lançou esta terça-feira (24) um apelo ao setor privado, na Itália e em outros países, para financiar o restauro de uma centena dos seus monumentos mais emblemáticos. “Ajudem-nos a garantir que Roma permanece uma referência de beleza no mundo!”, reclamou perante a imprensa Francesco Paolo Tronca, que até às eleições de junho assume interinamente a presidência da câmara da cidade.
Esmagada sob o peso de uma dívida de cerca de 12 mil milhões de euros, Roma deixou de ter meios para garantir a manutenção do seu patrimônio, um dos mais ricos do mundo, do Circo Máximo ao Fórum, passando pelas suas paredes aurelianas que remontam à Antiguidade. A capital italiana decidiu pela atração de fundos de empresas e institutos privados do mundo inteiro, chamados agora a financiar uma centena de projetos listados e orçamentados. “Devemos [este projeto] a Roma e devemo-lo também ao mundo inteiro”, declarou Tronca. “Sozinhos, nunca chegaremos lá”, enfatizou.
“A cidade já não tem sequer dinheiro para cortar as ervas daninhas”, lamentou aos jornalistas Claudio Parisi Presicce, o responsável pelo patrimônio no município.
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O apelo direto não é uma novidade para a cidade endividada. O restauro da Fonte de Trevi, concluído em novembro passado, foi financiado por um grupo italiano vestuário de luxo. Foram também os privados a garantir as verbas necessárias para outros importantes trabalhos atualmente em curso, como o restauro do Coliseu e da escadaria da Praça de Espanha, suportados respectivamente por uma joalheiria e por um fabricante de calçado.
Os patrocinadores privados poderão desta vez fazer a sua escolha a partir da lista de ideias propostas pela cidade e do custo estimado de cada intervenção. Pagar a manutenção das 80 fontes da capital, por exemplo, implica desembolsar dez milhões de euros; mais barato fica custear a iluminação do Circo Máximo (um milhão de euros) ou reparar o aqueduto de Acqua Virgo (600 mil euros), que alimenta, entre outras, a Fonte de Trevi.
Os aficionados de Roma, turistas ou habitantes, podem também contribuir com um cheque de 300 euros para o restauro do Mercado de Trajano.
“Precisamos que a manutenção do nosso patrimônio seja feita de modo contínuo”, acrescentou o presidente da câmara, precisando que essa simples tarefa custaria 25 milhões de euros. (AFP)